segunda-feira, 19 de maio de 2008

A arca de Noé


Na parte mais elevada do Monte Ararat, ao leste da Turquia, existe uma grande "anomalia", que poderia ser a Arca de Noé
 
    
     A busca pela Arca de Noé tem recebido atenção internacional nas últimas duas décadas. Dezenas de expedições à região do Ararat na Turquia Oriental, a maioria das quais compostos por grupos cristãos norte-americanos, têm gerado numerosas afirmações .De acordo com a Bíblia, a Arca de Noé era uma grande barcaça construída de madeira e impermeabilizada com betume. Suas dimensões eram aproximadamente 450 pés de comprimento, 75 pés de largura e 45 pés de altura com três andares interiores. Aparentemente, uma "janela" foi construída ao seu teto. (Gênesis 6:14-16).

     As dimensões da Arca tornam-a a maior embarcação marítima conhecida existente antes do século XX e suas proporções são surpreendemente semelhantes às encontradas nos grandes transatlânticos atuais.A Bíblia diz que o barco de Noé repousou sobre "os montes de Ararate" (Gênesis 8:4). "Ararate" provavelmente se refere uma região (o antigo reino de Urartu) e não um monte específico.

     Após a saída de Noé e sua família para a montanha, o barco virtualmente desapareceu das páginas da Bíblia. Os escritores bíblicos que vieram posteriormente nunca deram indicativos de que soubessem que a Arca ainda podia ser vista.O monte atualmente denominado "Ararat" é semelhante a uma cadeia com dois picos gêmeos. É muito interessante observar que existem diversas referências no decorrer da história que relatam sobre um grande barco em uma montanha nesta região. As mais antigas referências (início do século III D.C) sugerem que era de conhecimento geral que a Arca ainda podia ser vista no Monte Ararat.


     Reportes durante o século passado envolvem visitas à embarcação, coleta de madeira e fotografias aéreas. Em geral, acredita-se que pelo menos uma parte da Arca ainda está intacta, não no pico mais alto, mas em algum lugar acima do nível dos 10.000 pés. Aparentemente encoberta por neve e gelo na maior parte do ano, apenas em alguns verões quentes a estrutura pode ser localizada e visitada. Algumas pessoas dizem terem andado no seu teto, outras terem andado na parte interna.

     Nos anos 80, a "arca-logia" obteve certo ar de respeitabilidade com a participação ativa do ex-astronauta da NASA James Irwin em expedições à montanha. Além disso, as investigações sobre a Arca também foram aceleradas com a dissolução da União Soviética, pois a montanha estava justamente na fronteira entre União Soviética e Turquia. As expedições à montanha eram consideradas como uma ameaça à segurança pelo governo soviético.

     Infelizmente, visitas posteriores aos locais descritos não produziram evidências adicionais, o paradeiro revelado pelas fotografias é atualmente uma incógnita e as diferentes visões não indicam o mesmo local. Além disso, o astronauta James Irwin faleceu, uma testemunha visual recentemente se retratou publicamente e existem poucas novas expedições à montanha nos anos 90.Porém ainda existem alguns esforços. 

                              
                Monte Ararat (Foto satélite - NASA)    

     Mesmo considerando que a Associates for Biblical Research não está direcionada para qualquer um destes esforços, temos pesquisado documentos antigos, procurado por relatos de testemunhas visuais e renovado esforços para mapear o local de repouso da Arca. Existem ainda muitas expedições pendentes. Se realmente estiver lá, certamente saberemos.

     Na parte mais elevada do Monte Ararat, ao leste da Turquia, existe uma grande "anomalia", que poderia ser a Arca de Noé, de acordo com as pesquisas que Porcher Taylor veio realizando com imagens via satélites há 14 anos.

     Leonard David da revista Space relata estes estudos. "A mencionada anomalia se encontra a quatro mil e 663 metros de altura, está ao nordeste do Monte Ararat e coberta por gelo glacial.O tamanho da formação, de acordo com as imagens do satélite, 309 metros, equivaleria aos 300 por 50 cúbitos que media o Arca de Noé, como explica o livro do Gênesis."     

     Taylor, professor associado da Escola de Estudos Contínuos da
Universidade de Richmond na Virgínia, afirma ter "um novo otimismo... que vai até onde me permita a comunidade científica para decifrar as imagens cada vez mais definitivas", e assinala "um novo e significativo descobrimento", uma imagem tomada pelo DigitalGlobe do satélite QuickBird.

     Nesta investigação, também estão incluídas imagens captadas pela unidade aérea GeoEye's Ikonos do satélite QuickBird, o Radarsat 1 do Canadá, e outras imagens tomadas por várias agências de inteligência dos Estados Unidos. "Não tinha nenhuma idéia preconcebida ou programa quando comecei isto em 1993 quanto ao que estava procurando", assinalou Taylor. "Considero que se os restos são de algo náutico feito pelo homem, então potencialmente poderia ser um pouco de proporções bíblicas", destacou.Além disso, "já temos três novas unidades aéreas que vão captar mais imagens. Estou utilizando tudo o que tenho para, com sorte, observar melhor a região do Monte Ararat em questão", informou. 
     
     Por sua vez, o analista de imagens via satélites, Rod Franz do SunTek Meia Group/RiteImage investigou a imagem obtida onde pôde determinar distintas distâncias e escalas da anomalia. "Também tentei determinar se era possível observar algo debaixo do gelo e a neve", comentou.

     Franz pôde determinar que a frente da anomalia mede 309 metros."Pude deste modo dar forma e me dava conta de que encaixa em um círculo. Não estou certo do que isto signifique, se significar algo, mas acho muito curioso". Dada a distância, Taylor precisou que a anomalia supera longamente o Titanic e ao Bismarck em tamanho e iguala o tamanho dos maiores portaviões atuais.       

     Por enquanto, estas "escavações" arqueológicas do espaço substituirão uma expedição em campo, como no caso das ruínas Maias descobertas há algumas semanas pela Nasa utilizando a mesma técnica.

     "Para os exploradores, as imagens obtidas pelo GeoEye junto com a informação que proporciona o sistema de Global Positioning System (GPS) tem se tornado a água e comida congelada de qualquer expedição. As pessoas não querem sair de casa sem elas", afirma Mark Brender, Vice-presidente de comunicações e marketing do GeoEye.Para os pesquisadores, as imagens captadas do espaço proporcionadas pelo GeoEye permitem ter uma vista que não se poderia obter do chão e nem sequer utilizando aviões para a observação. Para Brender, estas imagens são "o soro visual da verdade".

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