
terça-feira, 6 de novembro de 2007
SÁBADO OU DOMINGO: A OPÇÃO CRISTÃ
SÁBADO OU DOMINGO: A OPÇÃO CRISTÃ
Milhares de estudos já foram realizados sobre esse tema de certa forma polêmico. As opiniões se dividem: de um lado, os que defendem a sacralidade do sábado, exemplo dos Adventistas do Sétimo Dia; do outro, os demais cristãos, que consideram o domingo como o dia do Senhor, tendo como principal razão a ressurreição de Jesus, nesse dia. Vejamos quais os principais argumentos apresentados pelos dois grupos (sábado, do hebraico shabbath, dia de cessação do trabalho, de descanso). Em primeiro lugar vamos conhecer o que dizem os pró-sabáticos:
O sétimo dia foi abençoado e santificado por Deus e marcou o término de toda a Sua obra criadora (Gn 2.2-3).
O Quarto Mandamento declara que "o sétimo dia é sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho...pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, mas no sétimo dia descansou" (Êx 20.8-11).
Jesus não aboliu a Lei Moral, os Dez Mandamentos, escrita por Deus (Êx 31.18). A que foi cravada na cruz (Ef 2.15) foi a lei cerimonial composta de ordenanças e ritualismo, escrita por Moisés num livro (Dt 31.24-26; 2 Cr 35.12; Lc 2.22-23). Os mandamentos morais são irrevogáveis porque perpétuos. Os mandamentos cerimoniais, para observância de certos ritos, foram ab-rogados (holocaustos, incenso, circuncisão).
O fato de estarmos sob a graça não nos desobriga da observância da Lei de Deus. Não é correto dizermos que a graça existiu apenas a partir de Jesus: "... e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (2 Tm 1.9). Não existisse a graça no Antigo testamento, teriam sido salvos pelas obras Adão, Noé, Moisés, Abraão, Enoque, Isaías, Daniel e outros?
O novo mandamento dado por Jesus (Jo 13.34) não ocupa o lugar do Decálogo, mas provê os crentes com um exemplo do que é o amor altruísta. Jesus, na qualidade do grande EU SOU, proclamou Ele próprio a Lei Moral do Pai, no Monte Sinai (Jo 8.58). Ao jovem curioso, Ele disse: "Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mt 19.17).
Os que defendem a sacralização do primeiro dia da semana - o domingo - como um dia santo, de descanso, dedicado ao Senhor, apresentam os seguintes argumentos:
Com a Sua morte Jesus inaugurou uma Nova Aliança. Durante Sua vida terrena, Ele, judeu nascido sob a lei (Gl 4.4), foi circuncidado e apresentado ao Senhor (Lc 2.21-22)) cumpriu a Páscoa (Mt 26.18-19), e assim por diante. Todavia, a partir da cruz, a lei não mais tem domínio sobre nós.
A lei serviu para nos conduzir a Cristo: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festas, ou de lua nova, ou de sábados. Estas coisas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em Cristo" (Cl 2.16-17). "Mas, antes de chegar o tempo da fé, a Lei nos guardou como prisioneiros, até ser revelada a fé que devia vir. Portanto, a lei tomou conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé. Agora chegou o tempo da fé, e não precisamos mais da Lei para tomar conta de nós" (Gl 3.23-25, Bíblia Linguagem de Hoje).
Diversas passagens bíblicas são citadas pelos defensores da adoração dominical, para reforçar sua tese de que vivemos sob uma Nova Aliança. A antiga Aliança cumpriu sua finalidade. Exemplo: "O mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus" (Hb 7.18-19). E mais: "Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a Segunda... ela não será segundo a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porque não permaneceram naquela minha aliança, e eu para eles não atentei, diz o Senhor. Dizendo nova aliança, ele tomou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, perto está de desaparecer" (Hb 8.7-13).
Prestem atenção no seguinte: "Pois Ele [Cristo Jesus] é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um, e destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio, desfazendo na sua carne a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem..." (Ef 2.14-15). Os pró-sabáticos vêem aí uma distinção entre as leis cerimoniais de Moisés, e os Dez Mandamentos. Estes não teriam sido revogados. Os anti-sabáticos, regra geral, não fazem diferença, mas consideram que os princípios morais dos Dez Mandamentos continuam sendo pertinentes aos crentes de hoje, porém em outro contexto. Dizem, ainda, que em diversas ocasiões "mandamentos cerimoniais" eram chamados de lei do Senhor. São exemplos: holocaustos dos sábados e das Festas da Lua Nova (2 Cr 31.3-4); Festa dos Tabernáculos (Nm 8.13-18); consagração do primogênito (Lc 2.23-24).
Não prevalece o argumento da perpetuidade da guarda do sábado ("Os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua" - Êxodo 31.16-17). Outras leis foram classificadas de "perpétuas" e nem por isso se perpetuaram, como exemplo: a páscoa (Êx 12.24), a queima de incenso (Êx 30.21), o sacerdócio Levítico (Êx 40.15), ofertas de paz (Lv 3.17), sacrifício anual de animais (Lv 16.29,31,34), e outros.
Os anti-sabáticos levantam ainda os seguintes argumentos a seu favor: a) os primeiros cristãos se reuniam e adoravam no domingo (At 20.7; 1 Co 16.1-2); b) Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9); c) as aparições de Jesus pós-ressurreição ocorreram seis vezes no primeira dia da semana (Mt 28.1-8, Mc 16.9-11, 16.12-13, Lc 24.34, Mc 16.14, Jo 20.26-31); d) a visão apocalíptica de João se deu no dia do Senhor, assim considerado o primeiro dia da semana (Ap 1.10); o Espírito Santo desceu sobre a Igreja no domingo (At 2.1-4).
Nove dos Dez Mandamentos foram ratificados no Novo Testamento, mas a guarda do sábado foi excluída. Vejamos: 1) "Não terás outros deuses diante de mim"(Êx 20.3) = "Convertei-vos ao Deus vivo"(At 14.15); 2) "Não farás para ti imagem de escultura"(Êx 20.4) = "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos"(1 Jo 5.21); 3) "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão"(Êx 20.7) = "Não jureis nem pelo Céu, nem pela terra"(Tg 5.12); 4) "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar"(Êx 20.8) = Sem ratificação no NT; 5) "Honra teu pai e a tua mãe"(Êx 20.12) = "Filhos, obedecei vossos pais"(Ef 6.1); 6) "Não matarás"(Êx 20.13) = "Não matarás"(Rm 13.9); 7) "Não adulterarás"(Êx 20.14) = "Não adulterarás"(Rm 13.9); 8) "Não furtarás"(Êx 20.15) = "Não furtarás"(Rm 13.9); 9) "Não dirás falso testemunho"(Êx 20.16) = "Não mintais uns aos outros"(Cl 3.9)); 10) "Não cobiçarás"(Êx 20.17) = "Não cobiçarás"(Rm 13.9). Diante disso, os anti-sabáticos afirmam que a Nova Aliança não indica um dia especial da semana para o descanso.
Há quem divide o Decálogo em duas partes: 1) Leis cerimoniais ou religiosas, as que tratam dos deveres dos homens para com Deus (não ter outros deuses; não fazer imagens, nem adorá-las; não blasfemar, e lembrar do sábado. 2) Leis morais ou sociais, as que tratam da relação dos homens entre si (honrar os pais; não matar; não adulterar; não furtar; não proferir falso testemunho, e não cobiçar os bens e mulher do próximo. A guarda do sábado, como cerimônia, fora anulada na cruz (Ef 2.14-15; Cl 2.14).
As leis do Antigo testamento, de um modo geral, foram feitas para os judeus, especialmente para eles. São exemplos: a) "Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações"(Êx 31.12-18); b) "O Senhor, nosso Deus, fez conosco concerto, em Horebe...com todos os que hoje aqui estamos vivos" (Dt 5.2-3).
CONCLUSÃO
Na sua Carta Apostólica DIES DOMINI, João Paulo II adota uma postura conciliadora. Ele não toma partido na discussão dos aspectos moral e cerimonial dos mandamentos; não alimenta a tese da revogação do sábado na cruz, e sintetiza: "Mais que uma substituição do sábado, portanto, o domingo é seu cumprimento, em certo sentido sua extensão e expressão completa no encomendado desenvolvimento da história da salvação, que alcança real culminância em Cristo".
Samuele Bacchiocchi, Ph.D., professor de História da Igreja e de Teologia, na Universidade Andrews, Estados Unidos, questionou a posição do papa, com o seguinte comentário: "Nenhuma das alocuções do Salvador ressurreto revela alguma intenção de instituir o domingo como o novo dia cristão de repouso e culto. Instituições bíblicas tais como sábado, batismo e ceia têm origem em um ato divino que as estabeleceu. Mas não existe ato semelhante para sancionar um domingo semanal como memorial da ressurreição".
O mandamento do sábado está associado à obra da criação, à saída do povo de Israel do Egito, e à necessidade de descanso do homem. Vejam: "Pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra...mas no sétimo dia descansou"(Êx 20.11); "Seis dias trabalharás...mas no sétimo dia não farás nenhuma obra"(Êx 20.9-10); "Lembra-te de que foste servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali...e te ordenou que guardasses o dia de sábado"(Dt 5.15).
Sabemos que Deus manifestou sua vontade e promulgou suas leis de forma gradual, escrevendo-as na consciência (Rm 2.15), em tábuas de pedra (Ex 24.12), mediante Cristo, a Palavra vivente (Jo 1.14), nas Escrituras (Rm 15.4; 2 Tm 3.16-17), e em nós, como cartas vivas (2 Co 3.2-3). Tudo dentro do seu tempo e dentro do contexto do Seu superior plano de salvação. Era imperioso que a saída daquele povo do Egito e os grandiosos feitos de Deus fossem lembrados de geração em geração. De igual modo a instituição da páscoa serviu para idêntica recordação.
Em nenhum momento o Novo Testamento ordena o descanso sabático, apesar de ratificar os demais mandamentos. Aliás, não nomeia diretamente qualquer dia da semana para adoração e culto. Jesus em várias ocasiões passou por cima da lei sabática, curando enfermos e permitindo que seus discípulos colhessem espigas para comer, no dia santo (Lc 13.14; 14.1-6; Mt 12.1,10). Interrogado por isso, Ele disse: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2.27). Também disse: "Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor'' (Mt 12.8).
Os primeiros cristãos adotaram o domingo para descanso, recolhimento espiritual e adoração a Deus, e chamaram-no de "o dia do Senhor" (At 20.7; 1 Co 16.1-2; Ap 1.10), clara referência ao dia em que o "Senhor do sábado" ressuscitou. Nada melhor do que seguirmos o exemplo dos apóstolos, guiados como foram pelo Espírito Santo.
Se judeus ainda não convertidos recolhem-se no sábado para recordarem a libertação do Egito, motivos bem maiores temos nós para nos recolhermos em Cristo, no dia de Sua vitória sobre a morte, para darmos graças pela remissão de nossos pecados e libertação de nossas almas do domínio do diabo.
Sopesados os prós e os contras, entendemos que o dia de descanso e culto pode recair no sábado ou no domingo, observado o princípio de trabalhar seis dias e descansar um. Não vemos pecado na consagração do sábado ou do domingo, desde que o dia escolhido não seja apenas um formalismo. Sábado ou domingo, sem propósito, não passam de mais um dia de lazer. Da mesma forma, jejum sem propósito é dieta. Julgamos que a opção pela escolha do dia ficou manifesta nas seguintes palavras de Paulo:
"Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"
(Gl 4.9-10).
"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Estas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, está em Cristo" (Colossenses 2.16-17).
Milhares de estudos já foram realizados sobre esse tema de certa forma polêmico. As opiniões se dividem: de um lado, os que defendem a sacralidade do sábado, exemplo dos Adventistas do Sétimo Dia; do outro, os demais cristãos, que consideram o domingo como o dia do Senhor, tendo como principal razão a ressurreição de Jesus, nesse dia. Vejamos quais os principais argumentos apresentados pelos dois grupos (sábado, do hebraico shabbath, dia de cessação do trabalho, de descanso). Em primeiro lugar vamos conhecer o que dizem os pró-sabáticos:
O sétimo dia foi abençoado e santificado por Deus e marcou o término de toda a Sua obra criadora (Gn 2.2-3).
O Quarto Mandamento declara que "o sétimo dia é sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho...pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, mas no sétimo dia descansou" (Êx 20.8-11).
Jesus não aboliu a Lei Moral, os Dez Mandamentos, escrita por Deus (Êx 31.18). A que foi cravada na cruz (Ef 2.15) foi a lei cerimonial composta de ordenanças e ritualismo, escrita por Moisés num livro (Dt 31.24-26; 2 Cr 35.12; Lc 2.22-23). Os mandamentos morais são irrevogáveis porque perpétuos. Os mandamentos cerimoniais, para observância de certos ritos, foram ab-rogados (holocaustos, incenso, circuncisão).
O fato de estarmos sob a graça não nos desobriga da observância da Lei de Deus. Não é correto dizermos que a graça existiu apenas a partir de Jesus: "... e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (2 Tm 1.9). Não existisse a graça no Antigo testamento, teriam sido salvos pelas obras Adão, Noé, Moisés, Abraão, Enoque, Isaías, Daniel e outros?
O novo mandamento dado por Jesus (Jo 13.34) não ocupa o lugar do Decálogo, mas provê os crentes com um exemplo do que é o amor altruísta. Jesus, na qualidade do grande EU SOU, proclamou Ele próprio a Lei Moral do Pai, no Monte Sinai (Jo 8.58). Ao jovem curioso, Ele disse: "Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mt 19.17).
Os que defendem a sacralização do primeiro dia da semana - o domingo - como um dia santo, de descanso, dedicado ao Senhor, apresentam os seguintes argumentos:
Com a Sua morte Jesus inaugurou uma Nova Aliança. Durante Sua vida terrena, Ele, judeu nascido sob a lei (Gl 4.4), foi circuncidado e apresentado ao Senhor (Lc 2.21-22)) cumpriu a Páscoa (Mt 26.18-19), e assim por diante. Todavia, a partir da cruz, a lei não mais tem domínio sobre nós.
A lei serviu para nos conduzir a Cristo: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festas, ou de lua nova, ou de sábados. Estas coisas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em Cristo" (Cl 2.16-17). "Mas, antes de chegar o tempo da fé, a Lei nos guardou como prisioneiros, até ser revelada a fé que devia vir. Portanto, a lei tomou conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé. Agora chegou o tempo da fé, e não precisamos mais da Lei para tomar conta de nós" (Gl 3.23-25, Bíblia Linguagem de Hoje).
Diversas passagens bíblicas são citadas pelos defensores da adoração dominical, para reforçar sua tese de que vivemos sob uma Nova Aliança. A antiga Aliança cumpriu sua finalidade. Exemplo: "O mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus" (Hb 7.18-19). E mais: "Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a Segunda... ela não será segundo a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porque não permaneceram naquela minha aliança, e eu para eles não atentei, diz o Senhor. Dizendo nova aliança, ele tomou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, perto está de desaparecer" (Hb 8.7-13).
Prestem atenção no seguinte: "Pois Ele [Cristo Jesus] é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um, e destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio, desfazendo na sua carne a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem..." (Ef 2.14-15). Os pró-sabáticos vêem aí uma distinção entre as leis cerimoniais de Moisés, e os Dez Mandamentos. Estes não teriam sido revogados. Os anti-sabáticos, regra geral, não fazem diferença, mas consideram que os princípios morais dos Dez Mandamentos continuam sendo pertinentes aos crentes de hoje, porém em outro contexto. Dizem, ainda, que em diversas ocasiões "mandamentos cerimoniais" eram chamados de lei do Senhor. São exemplos: holocaustos dos sábados e das Festas da Lua Nova (2 Cr 31.3-4); Festa dos Tabernáculos (Nm 8.13-18); consagração do primogênito (Lc 2.23-24).
Não prevalece o argumento da perpetuidade da guarda do sábado ("Os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua" - Êxodo 31.16-17). Outras leis foram classificadas de "perpétuas" e nem por isso se perpetuaram, como exemplo: a páscoa (Êx 12.24), a queima de incenso (Êx 30.21), o sacerdócio Levítico (Êx 40.15), ofertas de paz (Lv 3.17), sacrifício anual de animais (Lv 16.29,31,34), e outros.
Os anti-sabáticos levantam ainda os seguintes argumentos a seu favor: a) os primeiros cristãos se reuniam e adoravam no domingo (At 20.7; 1 Co 16.1-2); b) Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9); c) as aparições de Jesus pós-ressurreição ocorreram seis vezes no primeira dia da semana (Mt 28.1-8, Mc 16.9-11, 16.12-13, Lc 24.34, Mc 16.14, Jo 20.26-31); d) a visão apocalíptica de João se deu no dia do Senhor, assim considerado o primeiro dia da semana (Ap 1.10); o Espírito Santo desceu sobre a Igreja no domingo (At 2.1-4).
Nove dos Dez Mandamentos foram ratificados no Novo Testamento, mas a guarda do sábado foi excluída. Vejamos: 1) "Não terás outros deuses diante de mim"(Êx 20.3) = "Convertei-vos ao Deus vivo"(At 14.15); 2) "Não farás para ti imagem de escultura"(Êx 20.4) = "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos"(1 Jo 5.21); 3) "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão"(Êx 20.7) = "Não jureis nem pelo Céu, nem pela terra"(Tg 5.12); 4) "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar"(Êx 20.8) = Sem ratificação no NT; 5) "Honra teu pai e a tua mãe"(Êx 20.12) = "Filhos, obedecei vossos pais"(Ef 6.1); 6) "Não matarás"(Êx 20.13) = "Não matarás"(Rm 13.9); 7) "Não adulterarás"(Êx 20.14) = "Não adulterarás"(Rm 13.9); 8) "Não furtarás"(Êx 20.15) = "Não furtarás"(Rm 13.9); 9) "Não dirás falso testemunho"(Êx 20.16) = "Não mintais uns aos outros"(Cl 3.9)); 10) "Não cobiçarás"(Êx 20.17) = "Não cobiçarás"(Rm 13.9). Diante disso, os anti-sabáticos afirmam que a Nova Aliança não indica um dia especial da semana para o descanso.
Há quem divide o Decálogo em duas partes: 1) Leis cerimoniais ou religiosas, as que tratam dos deveres dos homens para com Deus (não ter outros deuses; não fazer imagens, nem adorá-las; não blasfemar, e lembrar do sábado. 2) Leis morais ou sociais, as que tratam da relação dos homens entre si (honrar os pais; não matar; não adulterar; não furtar; não proferir falso testemunho, e não cobiçar os bens e mulher do próximo. A guarda do sábado, como cerimônia, fora anulada na cruz (Ef 2.14-15; Cl 2.14).
As leis do Antigo testamento, de um modo geral, foram feitas para os judeus, especialmente para eles. São exemplos: a) "Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações"(Êx 31.12-18); b) "O Senhor, nosso Deus, fez conosco concerto, em Horebe...com todos os que hoje aqui estamos vivos" (Dt 5.2-3).
CONCLUSÃO
Na sua Carta Apostólica DIES DOMINI, João Paulo II adota uma postura conciliadora. Ele não toma partido na discussão dos aspectos moral e cerimonial dos mandamentos; não alimenta a tese da revogação do sábado na cruz, e sintetiza: "Mais que uma substituição do sábado, portanto, o domingo é seu cumprimento, em certo sentido sua extensão e expressão completa no encomendado desenvolvimento da história da salvação, que alcança real culminância em Cristo".
Samuele Bacchiocchi, Ph.D., professor de História da Igreja e de Teologia, na Universidade Andrews, Estados Unidos, questionou a posição do papa, com o seguinte comentário: "Nenhuma das alocuções do Salvador ressurreto revela alguma intenção de instituir o domingo como o novo dia cristão de repouso e culto. Instituições bíblicas tais como sábado, batismo e ceia têm origem em um ato divino que as estabeleceu. Mas não existe ato semelhante para sancionar um domingo semanal como memorial da ressurreição".
O mandamento do sábado está associado à obra da criação, à saída do povo de Israel do Egito, e à necessidade de descanso do homem. Vejam: "Pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra...mas no sétimo dia descansou"(Êx 20.11); "Seis dias trabalharás...mas no sétimo dia não farás nenhuma obra"(Êx 20.9-10); "Lembra-te de que foste servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali...e te ordenou que guardasses o dia de sábado"(Dt 5.15).
Sabemos que Deus manifestou sua vontade e promulgou suas leis de forma gradual, escrevendo-as na consciência (Rm 2.15), em tábuas de pedra (Ex 24.12), mediante Cristo, a Palavra vivente (Jo 1.14), nas Escrituras (Rm 15.4; 2 Tm 3.16-17), e em nós, como cartas vivas (2 Co 3.2-3). Tudo dentro do seu tempo e dentro do contexto do Seu superior plano de salvação. Era imperioso que a saída daquele povo do Egito e os grandiosos feitos de Deus fossem lembrados de geração em geração. De igual modo a instituição da páscoa serviu para idêntica recordação.
Em nenhum momento o Novo Testamento ordena o descanso sabático, apesar de ratificar os demais mandamentos. Aliás, não nomeia diretamente qualquer dia da semana para adoração e culto. Jesus em várias ocasiões passou por cima da lei sabática, curando enfermos e permitindo que seus discípulos colhessem espigas para comer, no dia santo (Lc 13.14; 14.1-6; Mt 12.1,10). Interrogado por isso, Ele disse: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2.27). Também disse: "Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor'' (Mt 12.8).
Os primeiros cristãos adotaram o domingo para descanso, recolhimento espiritual e adoração a Deus, e chamaram-no de "o dia do Senhor" (At 20.7; 1 Co 16.1-2; Ap 1.10), clara referência ao dia em que o "Senhor do sábado" ressuscitou. Nada melhor do que seguirmos o exemplo dos apóstolos, guiados como foram pelo Espírito Santo.
Se judeus ainda não convertidos recolhem-se no sábado para recordarem a libertação do Egito, motivos bem maiores temos nós para nos recolhermos em Cristo, no dia de Sua vitória sobre a morte, para darmos graças pela remissão de nossos pecados e libertação de nossas almas do domínio do diabo.
Sopesados os prós e os contras, entendemos que o dia de descanso e culto pode recair no sábado ou no domingo, observado o princípio de trabalhar seis dias e descansar um. Não vemos pecado na consagração do sábado ou do domingo, desde que o dia escolhido não seja apenas um formalismo. Sábado ou domingo, sem propósito, não passam de mais um dia de lazer. Da mesma forma, jejum sem propósito é dieta. Julgamos que a opção pela escolha do dia ficou manifesta nas seguintes palavras de Paulo:
"Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"
(Gl 4.9-10).
"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Estas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, está em Cristo" (Colossenses 2.16-17).
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Os Templários
Abençoados e Amaldiçoados pelos Papas e Idealizados Pelos MaçonsA Ordem dos Cavaleiros Templários foi instituída em 1119 por Hughes de Payns, com a anuência papal de Urbano II, tendo como objetivo dar segurança aos lugares e templos sagrados de Jerusalém, que havia sido conquistada em 1099 pela primeira cruzada.Em 1127, o Rei de Jerusalém, Balduíno II, pediu ao Papa, sanção papal para a nova Ordem dos Templários, e solicitou-lhe para definir a regra para a vida e conduta de seus membros. Regras e normas foram dadas e a Ordem dos Cavaleiros Templários passou a ser mais do que uma instituição militar, passou a ser uma ordem de Monges Guerreiros de Cristo. Votos de castidade, benção de armas e promessas de descanso eterno, caso morressem na batalha, eram algumas das indulgências concedidas aos cavaleiros de Cristo. Nesses cavaleiros estava incutida a idéia de que matar em nome de Deus era justificável e de que morrer por Ele, santificável. Parece que o Papa, para poder atingir mais facilmente seus ideais, usou a mesma filosofia islâmica da Jihad ou guerra santa, mas com uma roupagem ideológica cristã. O abade de Clairvaux, apoiado pelo papa, desfilou um discurso acalorado em favor dos Cavaleiros Templários dando-lhes autoridade para matar em nome de Deus:"Na verdade, os cavaleiros de Cristo travam as batalhas para seu Senhor com segurança, sem temor de ter pecado ao matar o inimigo, nem temendo o perigo da própria morte, visto que causando a morte, ou morrendo quando em nome de Cristo, nada praticam de criminoso, sendo antes merecedores de gloriosa recompensa... aquele que em verdade, provoca livremente a morte de seu inimigo como um ato de vingança mais prontamente encontra consolo em sua condição de soldado de Cristo. O soldado de Cristo mata com segurança e morre com mais segurança ainda... Não é sem razão que ele empunha a espada! É um instrumento de Deus para o castigo dos malfeitores... Na verdade, quando mata um malfeitor, isso não é homicídio... e ele é considerado um carrasco legal de Cristo contra os malfeitores" (01).Pouco tempo depois, no Concílio de Toeis, foram redigidos os estatutos dos templários, imitando a ordem de São Benedito, porém os cavalheiros eram de precária religiosidade, quebrando em pouco tempo todos os votos, incluindo os de pobreza e castidade, tendo como alegação a riqueza e o harém de Salomão. Um grande número de burgueses se alistou na ordem, e a religiosidade acabou cedendo lugar ao orgulho, avidez, luxúria, mas sem jamais deixar de defender o papado que lhes deu total liberdade.
O Declínio dos Templários
Foi no início do século XIV que, com a liderança de Jacques de Molay a Ordem entrou num período de acusações e decadência, culminando com sua extinção. Isso porque, independente do país onde estavam instituídos, os Templários somente reconheciam a autoridade do Papa. Conseqüentemente, os reis de diversos países em que os Templários habitavam consideravam a ordem com antipatia e desdém. Em 1307, o rei francês Filipe IV, o Belo, colocou seus olhos no tremendo poder político e nas riquezas dos Cavaleiros Templários franceses. Portanto, ele decidiu planejar como derrubar a ordem e confiscar suas riquezas. O rei infiltrou doze de seus homens em diversos comandos dos Templários, esses espiões serviram bem ao rei em seu plano de destruir os Cavaleiros Templários. Quando o rei atacou na alvorada do dia 13 de outubro de 1307, ele estava bem preparado com uma lista de crimes dos quais os Templários seriam acusados. Estas foram algumas das acusações: Heresia contra a Igreja Católica Romana; Adoração a objetos satânicos; Rejeição de Jesus Cristo, exemplificada por rituais onde se cuspia e pisava-se na cruz; Sodomia e outros atos de homossexualidade. Em toda a história, essas acusações são comuns contra ordens que exigem o celibato. O celibato entre homens comumente resulta em práticas homossexuais. Além dessas acusações, os Templários confessaram a adoração de um ídolo barbudo, aparentemente uma cabeça, a quem chamavam de Baphomet. Mas quem seria esse ídolo? Algumas fontes afirmam o seguinte: "O símbolo do Baphomet foi usado pelos Cavaleiros Templários para representar Satanás. O Baphomet representa os poderes das trevas combinados com a fertilidade do bode. Em sua forma 'pura', o pentáculo é mostrado envolvendo a figura de um homem nos cinco pontos da estrela - três pontas para cima e duas pontas para baixo, simbolizando a natureza espiritual do homem." (02)
"Baphomet: o bode que era o ídolo dos Templários... Algumas autoridades afirmam que Baphomet era uma cabeça monstruosa, outros que era um demônio na forma de bode.... Uma figura mágica e panteísta do Absoluto. A tocha entre os dois cifres representa o equilíbrio e a inteligência da tríade. A cabeça do bode, que é sintética, inclui algumas características do cachorro, do touro e da mula... As mãos são humanas... elas formam os sinal do esoterismo em cima e embaixo, para transmitir mistério aos iniciados... e apontam para duas luas crescentes... A parte inferior do corpo está coberta... A barriga do bode é bem proporcional... O bode tem seios femininos.... Em sua fronte, entre os chifres e abaixo da tocha, está o sinal do microcosmo, ou o pentáculo com uma ponta na ascendente..."(03).Mesmo sem ignorar a perseguição política e os interesses comerciais do Rei Felipe, todas as conjecturas apontam para um desvio profundo da primordial vocação ideológica e religiosa que tinham os Templários. Agora eles haviam se tornados esotéricos e defendiam um sistema de doutrina religiosa bizarra, uma mistura de esoterismo, cabala, cristianismo, judaísmo, islamismo... Enfim, em uma salada bem confusa se tornaria a Ordem dos Templários que chegaria, oficialmente, ao seu fim com a sua extinção pelo papa Clemente V em 1313.
O Renascimento dos Templários e a Maçonaria"
É provável que a Ordem dos Templários tenha funcionado por algum período na clandestinidade, com seus membros reunindo-se secretamente... Uma das causas de sua subsistência talvez tenha sido a manutenção de atividades secretas, hipótese levantada por alguns historiadores... Não seria surpreendente constatar-se o funcionamento de ordens esotéricas com raízes no movimento dos Templários. Independente de como isso se deu, o fato é que existem algumas organizações que se consideram descendentes diretas da Ordem dos Templários de Jerusalém... Entre essas organizações está a maçonaria... Contudo, nem todos os maçons são Templários. O Templário é apenas uma parte da estrutura maçônica conhecida... Por isso mesmo, assume-se como organização fraternal cristã, fundada no século XI..." (adaptado - 01)Alguns historiadores acreditam que os Cavaleiros Templários escaparam das perseguições do rei Filipe IV de França e do Papa Clemente V, fugindo para a Escócia e para a Inglaterra, e renomeando o grupo para Maçonaria. A fundação da Grande Loja Maçônica, em 1717, seria o restabelecimento dos Templários.Sobre a Maçonaria, alguns estudiosos afirmam que ela está ligada às lendas de Ísis e Osíris, do Egito; ao culto a Mitra, vindo até a Ordem dos Templários e à Fraternidade Rosacruz entre outros elementos.

Conclusão:Nosso objetivo, ao descrevermos sobre a Ordem dos Templários, é para esclarecermos três pontos: Primeiro, como os Católicos Medievais absorveram a ideologia Islâmica da Jihad, matando e guerreando de maneira fanática e sem critérios cristãos, visando atingir objetivos de papas e reis. Segundo, para mostrar o desvio dos Templários em sua ideologia religiosa, criando uma religião particular de cunho extremamente duvido. E por último, questionar como a Maçonaria, que se arvora mais como movimento filosófico do que religioso, pode se orgulhar de ter em sua etimologia um movimento execrado até pelas instituições medievais. Enfim, esperamos que as informações aqui passadas possam esclarecer a todos os leitores que estudam tanto o catolicismo como a maçonaria.Bibliografia(01) - Silva, Pedro; "História e Mistério dos Templários"; Editora Ediouro, São Paulo - SP, 2001.(02) - http://www.geocities.com/SoHo/Lofts/6877(03) - Encyclopedia of Occultism, de Lewis Spence, copyright 1959, publicada originalmente em 1920
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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