sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A caminho do Armagedom



O quarteto formado por Bush, Putin, ONU e União Européia está determinado, através de uma divisão de terra, a trazer “justiça e paz duradoura” a Israel e seus vizinhos, no Oriente Médio. Admitindo que eles sejam sinceros, não agindo apenas em função dos seus próprios interesses, seu estado mental mental deve estar no mesmo patamar dos que deram o Prêmio Nobel da Paz a Yasser Arafat, assassino de massa, mentiroso contumaz e o maior líder terrorista do mundo, o qual tem agido, mais do que qualquer outra pessoa, no sentido de destruir a paz mundial.
Como o mundo deve se regozijar pelo fato de que Al Gore (o qual, muitas vezes, como vice-presidente, recebeu calorosamente Arafat na Casa Branca), não tenha se tornado presidente!
De fato, Maomé, cuja palavra não pode ser mudada, impôs a cada muçulmano o dever de exterminar os judeus. Só então eles chegarão ao dia final (o clímax do Islamismo). Esse fato torna decididamente impossível a “paz” entre Israel e os muçulmanos. Quaisquer supostos acordos de paz assinados pelos líderes muçulmanos não valem sequer a tinta com que são assinados. Nos dez anos que antecederam a assinatura dos Acordos de Oslo, 211 israelitas foram mortos pelos terroristas. Nos dez anos seguintes, cerca de 1.200 foram mortos, além de 5.000 feridos.
Nenhuma política árabe/muçulmana ou líder religioso pode contradizer o profeta fundador do Islamismo. Então, continuar a busca de uma “paz” negociada no Oriente Médio é o máximo da tolice! Mesmo assim, a política ocidental e os líderes religiosos continuam a manter essa vã esperança ao forçar concessões contra Israel, no sentido de pavimentar a estrada rumo à destruição!
O moderno Estado de Israel ocupa uma faixa de terra realmente pequena. Os árabes possuem 700 vezes mais, com grandes reservas de petróleo e minérios. Por que, então, estão os árabes determinados a se apossar também do pequeno Israel? O Islamismo diz que essa faixa também lhe pertence. Um estado judeu soberano prova que Maomé foi um falso profeta e que Alá não é Deus. Por isso os muçulmanos se acham no dever de destruir Israel!
Tanto a Bíblia como o Corão concordam em que há 4.000 anos Deus deu a Terra da Promissão a Abraão e aos seus descendentes. Contudo, os árabes exigem a propriedade da terra através de Ismael, o primeiro filho de Abraão. Entetanto, Deus declarou que não Ismael, mas Isaque, o filho que iria nascer de Sara, seria o filho herdeiro da promessa (Gênesis 17:15-21).
Como seu pai, Isaque também teve dois filhos, Esaú e Jacó. Novamente o Senhor rejeitou o primogênito e deu a herança ao segundo, de modo que a herança flui de Abrão para Isaque e deste para Jacó, cujo nome Deus mudou para Israel. Doze vezes Javé se chama a Si mesmo de “O Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”, declarando: “E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êxodo 3:15). Mais de 200 vezes, desde Êxodo 5:1 até Lucas 1:68, Jave é chamado “O Deus de Israel”. Os muçulmanos afirmam que a Bíblia foi adulterada nas últimas revisões. Contudo os milhares de manuscritos bíblicos, a retidão histórica e profética e a intricada integração dos temas, de Gênesis a Apocalipse (de nenhuma das quais poder se gabar o Corão), reduz essa firmação a uma tolice. Além disso, o próprio Corão apóia o que a Bíblia diz referente à reivindicação de Israel à Terra Prometida: “Fizemos um antigo convênio com os filhos de Israel” (Sura 5:70). “Trouxemos os filhos de Israel através do Mar [Vermelho] e faraó com as suas hostes os perseguiram! (Sura 10:91)... Mas nós os afogamos e a todos os que o acompanhavam. E dissemos aos filhos de Israel...habitai na terra [e] e depois... nós vos espalharemos através de várias nações” (Sura 17:103,104). “Libertamos os filhos de Israel... do faraó... Nós os escolhemos de propósito sobre todas as criaturas” (Sura 44:30,32). “Nós os favorecemos acima dos demais povos” (Sura 45:16). “Lembrem-se do favor de Alá a vocês... Ele... deu a vocês o que não deu a outras criaturas. Ó meu povo, entrai na Terra Santa, a qual Alá ordenou que lhe pertencesse” (Sura 95:29), etc.
O território que Deus deu a Abrão (mais tarde chamado Abraão por Deus) e aos seus descendentes não foi a “Palestina”, mas Canaã, segundo Gênesis 12:5-6: “E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam então os cananeus na terra”.
Não havia “palestinos” como os que hoje tomam esse nome, afirmando deles descender, conforme Gênesis 13:7: “E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra”. Abraão lá permaneceu pelo resto de sua vida, habitando na Terra de Canaã (Gênesis 13:12). Deus lhe disse: “Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre” (Gênesis 13:15). “E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR” (Gênesis 13:18). Deus lhe deu toda a Terra de Canaã por possessão eterna (Gênesis 17:8).
Abraão se fixou em Hebrom (Canaã) e ali erigiu um altar ao Senhor Deus (Gênesis 13:18) e não a Alá. Dez anos mais tarde, Ismael (produto da incredulidade de Abraão e Sara) nasceu através de Hagar, a escrava de Sara. Quatorze anos mais tarde, quando Abraão tinha 100 anos e Sara 90, nasceu Isaque em Hebrom, através de Sara, sua esposa, exatamente como Deus havia prometido. Trinta e sete anos mais tarde, aos 127 anos de idade, faleceu Sara. Abraão ainda estava morando em Hebrom, tendo ali permanecido por mais de 70 anos. Para sepultar Sara ele comprou a caverna de Macpela, de Efrom, o hitita (Gênesis 23:1-20). Trinta e oito anos mais tarde, aos 175 anos de idade, faleceu Abraão. Isaque e Ismael o sepultaram em Macpela, perto de Sara. Isaque viveu em Hebrom por mais de 110 anos. Isaque, Rebeca, Jacó e Lia também foram sepultados na caverna de Macpela. Abraão entrou em Canaã 400 anos após o dilúvio e 300 anos depois da Torre de Babel. Ficou expressamente determinado que a terra seria posse dele e ele, Isaque e suas famílias ali viveram por mais de 300 anos, após terem temporariamente se mudado para o Egito, a fim de escapar da fome. No Egito eles foram escravos por mais de 400 anos, conforme Deus havia predito, até que os cananeus se tornaram tão maus que Deus foi forçado a destruí-los. Deus usou Israel nessa tarefa, dando-lhe Canaã como herança eterna (Gênesis 15:13-16), conforme havia prometido.
Deus se referiu a Isaque como o único filho de Abraão (Gênesis 22:2). Desse modo, Ismael não foi sepultado em Macpela, porém no lugar onde havia se fixado, tendo morrido na presença de todos os seus irmãos (Gênesis 25:17-18). Nenhum árabe ou muçulmano jamais foi sepultado em Macpela.
Os árabes não podem afirmar que descendem de Ismael. Os ismaelitas se casaram entre os midianitas (Juízes 8:5, 12, 22, 24), os edomitas (Gênesis 28:9) e os hititas (Gênesis 26:34 e 36:1-4).
Em contraste, durante 400 anos como escravos no Egito, os Israelitas se tornaram um povo de identidade étnica identificável, povo que foi levado em massa para Canaã. Sabemos quem são eles hoje.
Ao negar a herança dada por Deus a Israel, Isaque Rabin, que havia prometido secretamente a Clinton que desistiria de Golan, declarou: “A Bíblia não é um livro de Geografia”. Logo em seguida, ele foi assassinado, evitando, assim, que se entregasse à Síria a parte mais estrategicamente vital para Israel.
Não foram os árabes, mas os hebreus que se fixaram na antiga Hebrom e em toda a Canaã, criando a nação de Israel, cujos reis governaram, a partir de Jerusalém, um império que se estendia do Sinai até o rio Eufrates. Em cerca de 600 anos a.C., eles foram conquistados pela Babilônia e espalhados através de muitas nações. Expulsos de sua terra por castigo divino na dispersão babilônica, e mais tarde duas vezes sob o império romano, muitos judeus sempre conseguiram regressar. Esse povo desprezado continuou habitando Israel sob o domínio opressor de vários invasores e ocupantes estrangeiros, durante mais de 2.500 anos.
No dia 14/05/1948, Israel se declarou novamente uma nação independente. Mais uma vez os judeus possuíam a sua terra, conforme Deus havia prometido, embora apenas uma fração daquela que lhes foram prometida, segundo a partilha da ONU, em 29/11/1947.
Em contraste, os árabes jamais viveram em Canaã, mas na península árabe.
Não foi senão no século 7 d.C. através das invasões islâmicas, que os árabes chegaram em número significativo à terra de Israel, a qual em 135 d.C os romanos haviam indevidamente renomeado como “Palestina”, segundo o nome dos piores inimigos de Israel, os filisteus.
Os assim chamados palestinos de hoje são os árabes, cujos ancestrais vieram da Arábia. Eles são um povo semita, sem qualquer relação com os cananeus ou os filisteus, os quais não eram semitas. É uma deslavada mentira que os “palestinos” de hoje (que afirmam ser descendentes de Ismael) sejam descendentes dos habitantes originais da Terra de Canaã por Deus prometida a Abraão, Isaque, Jacó e aos seus herdeiros. Davi primeiro foi coroado em Hebrom e ali reinou por sete anos, antes de se mudar para Jerusalém. Esta cidade antiga não tem qualquer significação para os árabes muçulmanos. Contudo, eles construíram uma mesquita em Macpela, proibindo o acesso da mesma aos judeus, e várias vezes na história eles têm massacrado os judeus que ali residem. Eles reivindicam toda a Palestina, dizendo que os israelenses estão ocupando a terra que lhes pertence. Essa fraude é o fundamento do assim chamado caminho para a paz.
O presidente Bush, como cristão, deveria tremer diante da admoestação divina de que Deus vai destruir todos os que dividirem a Sua terra, conforme Joel 3:2: “Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra”. Sim, a terra do Senhor, segundo Levítico 25:23: “Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo”.
Que se cuide o quarteto que está desafiando o Deus de Israel, pois não escapará do castigo! Aqueles que promovem a “paz” tirando a terra de Israel, a qual por Deus lhe foi entregue, vão ser destruídos, conforme Zacarias 12:3: “E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra”.
No dia 13/09/1993, sob o triunfante olhar do sorridente presidente Clinton, Arafat assinou, junto com Isaque Rabin, os Acordos de Oslo, no jardim da Casa Branca. Mal a tinta havia secado quando Arafat começou a desculpar-se publicamente com os muçulmanos do mundo inteiro, temendo pela sua vida. (Lembrem-se do assassinato de Anwar Sadat pelos seus companheiros muçulmanos, por ter assinado um tratado de “paz” com Israel). Arafat garantiu que estava apenas seguindo o exemplo de Maomé e da lei do Islamismo por ele estabelecida. [E vejam como agiu o falso profeta Maomé].
Em 628 d.C., Maomé liderou alguns dos seus seguidores (recentemente convertidos à religião islâmica) de Medina para Meca, esperando juntar milhares de árabes pagãos na “hajj” [peregrinação a Meca]. Essa peregrinação anual até a Caaba (a qual, por incrível que pareça, o Islamismo afirma ter sido edificada por Abraão e Ismael), com as suas elaboradas cerimônias, tinha sido praticada pelas tribos pagãs árabes durante séculos antes do nascimento de Maomé. Este havia sido expulso pelo povo de Meca, porém ambos assinaram um pacto de cessar fogo conhecido como o Tratado de Hubaybiya, no qual Maomé repetiu a sua declaração de ser “o profeta de Alá”. Esse tratado permitiu que no ano seguinte (629 d.C.) Maomé liderasse um grupo de muçulmanos em peregrinação. Ali se juntaram milhares de árabes “infiéis” nas mesmas cerimônias pagãs que os seus ancestrais haviam praticado durante séculos [Ver a TBC de julho 2003 sobre esses rituais].
Em 630 d.C., Maomé quebrou o pacto de cessar fogo e tomou posse de Meca. A princípio ele permitiu que os árabes pagãos continuassem na “hajj”, misturados com os novos muçulmanos nos antigos rituais. Em seguida ele concedeu aos pagãos um prazo de quatro meses para que estes se convertessem ao Islamismo, ou então seriam mortos. A partir daí, nenhum “infiel” teve permissão de ir a Meca, o que até hoje acontece.
Assim é com o Ramadã que o presidente Bush (e também os presidentes que o antecederam) e outros líderes ocidentais costumam honrar ingenuamente, como o “feriado sagrado do Islamismo”. Começando com o primeiro aparecimento da lua nova, no nono mês do calendário muçulmano, o Ramadã foi celebrado pelos árabes pagãos em honra a Alá, o deus lua, durante séculos antes do Islamismo. Ao “hajj” e ao Ramadã Maomé acrescentou a “jihad” (guerra santa), ordenando que os muçulmanos se apossassem do mundo inteiro. Essa crença tem custado milhões de vidas inocentes, tendo conduzido ao terrorismo de hoje.
Os que promovem o caminho para a “paz” estão agindo com as boas intenções de Israel e do Ocidente, sendo invariavelmente traídos pelos árabes muçulmanos, conduzindo Israel a uma posição cada vez mais insustentável.
Cada um dos presidentes americanos tem engaiolado Israel num compromisso após outro com os líderes árabes muçulmanos, o que não tem passado de grandes piadas para estes últimos. Todas as boas intenções de Israel e do Ocidente têm conduzido apenas a humilhações.
Quando tentam suas inúteis iniciativas de paz, os líderes mundiais estão desafiando o Deus de Israel e a Bíblia. Como diz o Salmo 2:1-2: “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido...”, os que têm ouvidos para ouvir (conforme Deuteronômio 29:4; Ezequiel 12:2; Mateus 11:15, 13:9, etc.) podem detectar a tremenda risada mencionada no Salmo 2:4: “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles”.
Estamos no último estágio do terrível cumprimento da profecia bíblica, por trás da qual permanece a onipotente mão do próprio Deus: “Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra” (Zacarias 12:2-3). Esta admirável profecia já está se cumprindo. Jamais antes na história houve tantos ao redor de Israel, unindo-se para o destruir. Esse importante desenvolvimento da história e da profecia bíblica tem se dirigido a um final, através da ascensão do Islamismo.
Bush deseja um estado palestino “democrático e viável”, convivendo em paz com Israel, porém nenhuma democracia existe nem poderá existir numa sociedade muçulmana. Israel é a única democracia do Oriente Médio. Bush está tentando criar uma democracia no Afeganistão e no Iraque. Se tal acontecesse iria sacudir todo o mundo muçulmano. O Islamismo não pode sobreviver num regime de liberdade. Não é de admirar, pois, que exista tamanha oposição fanática entre os muçulmanos do mundo inteiro, até mesmo pela captura do sádico assassino de massa, Sadam Hussein. Os muçulmanos mantêm 80% de todos os prisioneiros políticos do mundo.
A precipitada retirada americana do Líbano, 20 anos atrás, fugindo dos conhecidos terroristas patrocinados pelos sírios e os iranianos, em vez de persegui-los, foi o que encorajou o terrorismo de hoje. Será que Bush vai conseguir manter-se de pé, junto aos parceiros terroristas, contra a malignidade do terrorismo? Será que a hora estratégica (politicamente correta) vai chegar para que a verdade seja dita? Vai ser muito difícil os USA eliminarem o terrorismo, quando o Departamento de Estado Americano se opõe secretamente a Israel, mantendo-se a favor dos árabes.
A Bíblia profetiza uma falsa paz, através da qual o Anticristo “destruirá a muitos” (Daniel 8:25). Tragicamente, Israel vai ser enganado, abrindo a porta ao “tempo das dores de Jacó” (Ezequiel 38:11, 12, 14, 16). Dois terços dos judeus do mundo inteiro serão mortos (Zacarias 13:8,9): “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus”. Os que sobreviveram vão crer em Cristo e serão salvos, quando Ele os resgatar, reconhecendo o crucificado ressurreto Senhor como o seu Messias e Deus (Zacarias 12:10; Mateus 24:13: Romanos 11:25-26).
Não devemos abandonar o Afeganistão nem o Iraque. Tenho recebido cartas de missionários que ali trabalham, os quais dizem: “no momento em que as tropas americanas saírem, estaremos todos mortos”.
É tempo dos cristãos orarem mais do que nunca o fizeram, fazendo o possível para que o Evangelho de Jesus Cristo seja levado, tanto aos muçulmanos como aos judeus.
“The Berean Call Letter”, janeiro 2004.
O mito:
“Os sionistas poderiam ter escolhido outro país em vez da Palestina”.
O fato:
No século 19, a ascensão do anti-semitismo religioso e racista levou ao ressurgimento dos pogroms na Rússia e na Europa Oriental, esfacelando as promessas de igualdade e tolerância. Isso estimulou a imigração dos judeus à Palestina.
Simultaneamente, uma onda de judeus emigrou para a Palestina, partindo do Iemen, Marrocos, Iraque e Turquia. Esses judeus não conheciam a política sionista de Theodor Herz nem os pogroms europeus. Eles foram motivados pelo sonho secular do “Retorno a Sião” e pelo medo da intolerância. Ao saber que os portões da Palestina estavam abertos, enfrentaram a dureza da viagem e regressaram à “Terra de Israel”.
O ideal sionista de um retorno a Israel tem profundas raízes religiosas. Muitas orações judaicas falam de Jerusalém, de Sião e da Terra de Israel. A injunção para não se esquecer de Jerusalém, o local do Templo, é um dos alvos principais do judaísmo. A língua hebraica, a Torah, as Leis do Talmud, o calendário e os feriados judaicos são todos originários de Israel e se desenvolveram através das estações e das condições. Os judeus oram voltados para Jerusalém e recitam as palavras: “No próximo ano, em Jerusalém”, em cada páscoa. A religião, a cultura e a história judaicas deixam claro que somente na Terra de Israel poderá ser construída uma república judaica. Em 1897, líderes sionistas, apelaram à restauração de uma terra pátria judaica na Palestina, onde os judeus pudessem encontrar santuário e autodeterminação, trabalhando pelo renascimento de sua civilização e cultura.
(“Miths and Facts”, G. Bard Mitchell, AICE, 2001, ps. 32-33)
Por Dave Hunt

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Natal é Cristão?





Devem os cristãos celebrar o Natal? Um bom número de seitas e novas igrejas que professam seguir a Cristo, insistem que o Natal é uma festa pagã o qual todos os verdadeiros cristãos devem afastar-se.
Provavelmente a mais notável destas religiões são as Testemunhas de Jeová, que publicam ferroados ataques sobre a celebração do Natal ano após ano. No entanto, estes grupos não estão sós na sua condenação destes feriados religiosos mais populares.
Muitos cristãos evangélicos também acreditam que o Natal é uma celebração pagã, vestindo “roupas cristãs”. Enquanto muitos cristãos marcam o Natal como um dia especial para adorar a Cristo e dar graças pela Sua entrada no mundo, eles rejeitam qualquer coisa que tenha a ver com Papai Noel, árvores de Natal, troca de presentes e tal.
Existem bases bíblicas para rejeitar tudo ou parte do Natal? Qual deve ser a atitude dos cristãos neste assunto? Essa pergunta que está diante de nós.
A resposta dada aqui é de que, enquanto certos elementos da tradição Natalina são essencialmente pagão, eles devem ser rejeitados (especialmente as bebidas e imoralidades, na qual o mundo se acham dona naquele período do ano), o Natal em si e muitas das tradições associadas com ele, pode ser celebrado pelos cristãos que tem uma consciência clara. Aqueles que se inclinam a rejeitar fora de mão, tal posição, podem estar interessados em saber que, durante um tempo este escritor teria concordado com eles. Um exame minucioso destes assuntos incluídos, no entanto, conduz a uma conclusão diferente.
Celebrando o aniversário de Jesus
O argumento básico e comum apresentado contra o Natal, é de que não se encontra na Bíblia. Muitos cristãos, e também grupos como as Testemunhas de Jeová, sentem de que ao não estar mencionado nas Escrituras, não é portanto para ser observado. De fato, as Testemunhas argumentam que desde que as únicas pessoas na Bíblia que celebravam o seu aniversário onde Faraó (Gn 40:20-22) e Herodes (Mt 14:6-10), Deus tem uma visão obscura a respeito de celebrações de aniversário em geral.
Sendo assim, eles sentem, que Deus não aprovaria a celebração do aniversário de Jesus.
Em resposta a estes argumentos, algumas coisas precisam ser ditas. Primeiro de tudo, o fato é que a Bíblia nada diz contra a prática de celebração de aniversários. O que foi mau nos casos de Faraó e Herodes, não era o fato de celebrarem seus aniversários, mas, sim as práticas más nos seus aniversários (Faraó matou o chefe dos padeiros, e Herodes matou João Batista). Segundo, o que a Bíblia não proíbe, seja explicitamente ou por implicação de alguns princípios morais, é permitido ao cristão, enquanto for para edificação (Rm 13:10; 14:1-23; I Co 6:12; 10; 23; Col 2:20-23; etc.). Portanto, desde que a Bíblia não proíbe aniversários, e eles não violarem princípios bíblicos, não há base bíblica para rejeitar aniversários. Pelo mesmo motivo, não há razões bíblicas para rejeitar completamente a idéia de celebrar o aniversário de Jesus.
25 de Dezembro
Outra objeção comum ao Natal está relacionado com a guarda
de 25 de dezembro como sendo o aniversário de Cristo. Freqüentemente instam que Cristo não podia ter nascido no dia 25 de dezembro (geralmente porque os pastores não teriam seus rebanhos nos campos de noite naquele mês), portanto, no dia 25 de dezembro, não podia ter sido seu aniversário. Como se isso não bastasse é também apontado de que 25 de dezembro era a data de um festival no Império Romano no quarto século, quando o Natal era largamente celebrado nesse dia.
É verdade que parece não haver evidência como sendo o aniversário de Cristo nessa data.
Por outro lado, tem sido demonstrado que tal data não é impossível, como é suposto normalmente.
Contudo, pode ser admitido de que é altamente improvável que Cristo realmente tenha nascido em dezembro 25.
Este fato invalida o Natal? Realmente, não. Não é essencial para a celebração de aniversário de alguém, que seja comemorado na mesma data do seu nascimento. Os americanos comemoram os aniversários de Washington e Lincoln na terceira Segunda-feira de Fevereiro todos os anos, ainda que o aniversário de Lincoln era no dia 14 de Fevereiro e o de Washington, 22 de Fevereiro. Se tivesse certeza de que Cristo realmente nasceu digamos, em 30 de abril, deveríamos então celebrar o Natal naquele dia? Enquanto que não haveria nada de errado com tal mudança, não seria necessário. O propósito é o que importa, não a atual data.
Mas, e com respeito ao fato de ser 25 de dezembro a data de um festival pagão? Isto não prova que o Natal é pagão? Não, não o prova. Em vez, prova que o Natal foi estabelecido como um rival da celebração do festival pagão. Isto é, o que os cristãos fizeram era como dizer, “Antes do que celebrar em imoralidade o nascimento de Ucithra, um falso deus que nunca nasceu realmente, e que não pode lhe salvar, celebremos com alegre justiça o nascimento de Jesus, o verdadeiro Deus encarnado que é o Salvador do mundo.”
Algumas vezes, se insta a que se tome um festival pagão tentando “cristianizá-lo” é insensatez. No entanto, Deus mesmo fez exatamente isso no Antigo Testamento. A evidência histórica nos mostra conclusivamente, que algumas festas dadas a Israel por Deus através de Moisés eram originalmente pagãs, os festivais agriculturais, os quais eram cheios de práticas e imagens idólatras.
O que Deus fez com efeito, era estabelecer festividades os quais tomariam o lugar dos festivais pagãos, sem adotar nada da idolatria e imoralidade associado com ela.
Poderia dar a impressão, então, que em princípio nada há de mal em fazê-lo, se tratando do Natal.
Santa Claus (Papai Noel)
Provavelmente a coisa que mais incomoda aos cristãos sobre o Natal mais do que qualquer coisa, é a tradição do Papai Noel. As objeções para esta tradição inclui o seguinte: [1] Papai Noel é uma figura mística incluído com atributos divinos, incluindo onisciência e onipotência; [2] quando as crianças aprendem que Papai Noel não é real, eles perdem a fé nas palavras dos seus pais e em seres sobrenaturais; [3] Papai Noel distrai a atenção de Cristo; [4] a história de Papai Noel ensina as crianças a serem materialistas. Em face a tais objeções convincentes, pode-se dizer algo de bom do Papai Noel.
Antes de examinar cada uma destas objeções, deve se notar que, o Natal pode ser celebrado sem o Papai Noel. Retire Papai Noel do Natal e o Natal permanece intacto. Retire Cristo do Natal, no entanto, e tudo que sobre é uma festa pagã. Sejam quais forem nossas diferenças individuais de como tratar o assunto de Papai Noel com as nossas crianças, como Cristãos nós podemos concordar com este tanto.
1.) Não existe dúvida alguma de que Papai Noel na sua presente forma, é um mito, ou conto de fada. No entanto, houve realmente um Papai Noel o nome “Santa Claus” é uma forma anglosaxona do Holandês, Sinter Klaas, que por sua vez significava “São Nicolau”.
Nicolau foi um bispo cristão, no quarto centenário, sobre quem
Pouco sabemos por certo. Ele aparentemente, assistia ao Concílio de Nicéia no AD. 325, e uma forte tradição sugere que ele demonstrava uma singular bondade para com as crianças. Enquanto que o velho vestido de vermelho puxando um trenó conduzido por veado voador é um mito, a história de um velho amante de crianças que lhes trouxe presentes, provavelmente não é - e em muitos países, é só isso que “Santa Claus” é.
Deve-se admitir que contar às crianças que Papai Noel pode vê-los em todo tempo, e de que ele sabe se eles foram bons ou maus, etc... está errado. Também é verdade que os pais não deviam contar a seus filhos a história de Papai Noel como se fosse uma verdade literal. Contudo, as crianças com menos de sete ou oito anos, podem brincar de “fazer de conta” e tirar disso divertimento como se elas pensa-se que é real. De fato, a essa idade elas estão aprendendo a diferença entre o faz de conta e a realidade. Crianças mais jovens ficarão fascinadas pelos presentes que são descobertos na manhã de Natal, debaixo de uma árvore a qual lhes foi dito que são do “Papai Noel”, porém, eles não tirarão conclusões sobre a realidade de Papai Noel por meio destas descobertas.
2.) Quando as crianças aprenderem que Papai Noel não é real, poderá perturbá-los um pouco, somente se os pais lhes disseram que ele realmente existe e que ele faz tudo que se pretendia dele. É por isso que deve-se dizer às crianças que Papai Noel é faz de conta, tão logo elas tenham idade suficiente para fazer perguntas a respeito da realidade.
Antes de ser uma pedra de tropeço para acreditar no sobrenatural, ele pode ser um trampolim. Diga às crianças que enquanto Papai Noel é uma faz de conta, Deus e Jesus não são. Diga-lhes que, enquanto Papai Noel só pode trazer coisas que os pais podem comprar ou fazer, Jesus pode lhes dar coisas que ninguém pode – um amigo que sempre está com eles, perdão para as coisas más que eles fazem, vida num lugar maravilhoso com Deus para sempre, etc.
3.) Siga as sugestões acima e não mais será Papai Noel um motivo para distraí-los de Cristo. Diga a seus filhos porque Papai Noel dá presentes, e porque Deus nos deu o presente mais maravilhoso, Cristo.
4.) Pelo contrário, a história de Papai Noel é melhor contada quando é usada para encorajar as crianças a ser abnegadas e generosas.
Árvores de Natal
Um dos poucos elementos sobre a celebração tradicional do Natal, dos que se opõe a isso, afirmam o que diz na Escritura sobre árvores de Natal. Especificamente pensa-se que em Jeremias 10:2-4 Deus explicitamente condenava árvores de Natal: “Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das nações, nem vos espanteis com os sinais dos céus, embora com eles se atemorizem as nações. Porque os costumes dos povos são vaidade; cortam do bosque um madeiro, e um artífice o lavra com o cinzel.”
Certamente há uma semelhança entre a coisa descrita em Jeremias 10, e a árvore de Natal. Semelhança, no entanto, não é igual a identidade. O que Jeremias descreveu era um ídolo – uma representação de um falso deus – como o verso seguinte mostra: “Como o espantalho num pepinal, não podem falar; necessitam de que os levem, pois não podem andar. Não tenhais receio deles; não podem fazer o mal, nem podem fazer o bem.” (v.5)
A passagem paralela em Isaías 40:18-20 esclarece que o tipo de coisa que Jeremias 10 tem em mente, é na verdade um objeto de adoração: “Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil desde a alma até o corpo; será como quando desmaia o doente. O resto das árvores da sua floresta será tão pouco que um menino as poderá contar. Naquele dia os restantes de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu, mas se estribarão lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel.” (Is 10:18-20)
Assim, a semelhança é meramente superficial. A árvore de Natal não se origina de adoração pagã de árvores (o qual foi praticada), porém, de dois símbolos explicitamente cristãos, do Ocidente da Alemanha Medieval.
A Enciclopédia Britânica explica o seguinte:A moderna árvore de Natal, em hora, se originou na Alemanha Ocidental. O principal esteio de uma peça medieval sobre Adão e Eva, era uma árvore de pinheiro pendurada com maças (Árvore do Paraíso) representando o jardim do Éden. Os alemães montaram uma “árvore do Paraíso” nos seus lares no dia 24 de dezembro, a festa religiosa de Adão e Eva. Eles penduravam bolinhos delgados (simbolizando a hóstia, o sinal cristão de redenção); as hóstias eventualmente se transformaram em biscoitos de vários formatos. Velas, também, eram com freqüência acrescentadas como símbolo de Cristo. No mesmo quarto, durante as festividades de Natal, estava a pirâmide Natalina, uma construção piramidal feito de madeira com prateleiras para colocar figuras de Natal, decorados com sempre-verdes, velas e uma estrela. Lá pelo 16º século a pirâmide de Natal e a árvore do Paraíso tinham desaparecido, se transformando em árvore de Natal.
Mais uma vez, não há nada essencial sobre a árvore de Natal para celebrar o Natal. Como o mito moderno de Papai Noel, é uma tradição relativamente recente; as pessoas celebravam o Natal durante séculos sem a árvore e sem o semi-divino residente do Polo Norte.
O que é essencial ao Natal é Cristo. No entanto, isso não quer dizer que devemos jogar Papai Noel e a árvore fora de vez. Neste assunto temos liberdade cristã para adotar estas tradições e usá-los para ensinar os nossos filhos sobre Cristo, ou para celebrar o nascimento de Cristo, sem elas.
Nesse caso, não há nenhuma obrigação para celebrar seu aniversário também, desde que não é ordenado para nós na Escritura.
Todavia, seria estranho de fato, se alguém que foi salvo pelo filho de Deus, não se regozijar-se em pensar no dia que Sua encarnação manifestou-se pela primeira vez ao mundo naquela noite santa




Joaquim de Andrade

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

666 - O Número da Besta


Uma análise crítica das interpretações
“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Apocalipse 13.18)
As pessoas esperavam o fim do mundo em 1666, que seria a soma do fim dos mil anos (quando então Satanás seria solto conforme Apocalipse 20.3), com o terrível número da besta. Mas para decepção dos prognosticadores de plantão, o fim não veio. Entretanto, para quem pensa que a superstição e especulação em torno do 666 ficaram restritas à Idade Média está muito enganado. Estes algarismos apocalípticos continuam em alta, principalmente nos meios religiosos. E, diga-se de passagem, que não só as seitas protestantes, mas até mesmo católicos, arriscam um palpite cabalístico em cima deste misterioso número, como podemos ver no livro do padre Léo Persch. A interpretação vem de uma tal Vassula, vidente católica, que diz receber visões e orientações de Jesus e Maria a respeito do fim dos tempos. Numa dessas interpretações ela associa o anticristo com a maçonaria:
“Com a inteligência iluminada pela luz divina consegue-se decifrar o número 666 o nome de um homem, e esse nome, indicado por tal número é o anticristo. [...] O número 666 indicado três vezes , isto é, multiplicado por três, exprime o ano de 1998. Nesse período histórico, a franco-maçonaria, aliada com a maçonaria eclesiástica, conseguirá o seu grande intento...” [1]
Contudo, a fama do 666 extrapolou os limites da religião e foi parar na boca dos profanos. “The Number of the Beast” é a faixa musical do grupo Iron Maiden. Uma música com letras satânicas. A propósito, este é o número preferido dos satanistas e virou até nome de revista em Marselha/França. [2]
Sem dúvida, ultimamente, há muito barulho não só em torno deste número como também do nome “besta”, que no Brasil ganhou fama com um automóvel, a van, Besta, fabricada por uma montadora coreana. Já em Bruxelas um computador gigantesco foi batizado com o mesmo nome. [3]
Há alguns anos, a popularização do código de barras fez brilhar o imaginário religioso. Começou a divulgar nos meios cristãos que este código trazia nas extremidades e no meio de modo oculto o número 666, o qual seria marcado na mão direita dos consumidores. [4] Contudo, isto já é coisa do passado, foi abandonado de vez, agora a coqueluche do momento é o chamado “bio-microchip”. Criado pelo Dr. Carl Sanders, é atualmente produzido por várias empresas inclusive a Motorola para o Mondex SmartCard.
Certos periódicos afirmaram que os cientistas que trabalharam neste projeto descobriram que o melhor lugar do corpo humano para ser implantado o tal “chip” é na testa e na mão direita. [5] Seria essa a marca da besta ou mais um boato sensacionalista? Seja como for, o caso é que esta notícia já está causando pânico em alguns meios evangélicos. [6]
De fato muita contra-informação pode ser encontrada, especialmente na internet sobre este assunto.[7] Apocalipse 13, tem trabalhado com o imaginário de cristãos e não cristãos desde a época pós-apostólica. Muito se tem escrito sobre isso, sem contudo, haver consenso. Este trecho foi assunto nos escritos de alguns vultos da patrística, mereceu atenção no pensamento dos reformadores e chegou até ao nosso turbulento século XIX com força total.
O caso é que para muitos isso está se transformando numa verdadeira esquizofrenia escatológica. Até mesmo o próprio versículo que traz o número, dizem esconder o 666, isto é, 18 = 3 x 6 (6+6+6=18) . [8]
COISAS DO ORIENTE
É notório a todos que literaturas orientais, principalmente as antigas, quando vertidas para o ocidente, tende a apresentar não só dificuldades lingüísticas. [9] Isso porque, quando lemos tais livros não estamos apenas lendo simples caracteres, mas absorvendo também seus costumes, crenças, filosofias, enfim, toda uma bagagem cultural diferente e estranha a nós ocidentais. E se tratando de matéria religiosa, a coisa tende a complicar ainda mais. A Bíblia, o livro dos cristãos, é uma literatura também oriental com uma riquíssima linguagem: simbólica, poética e cultural, não fazendo exceção à regra.
Não obstante, há de se esclarecer, que a Bíblia enquanto mensagem de salvação, no essencial, é de fácil compreensão, ou parafraseando Isaías, “até mesmo os loucos não poderão errar esse caminho” (Isaías 35.8), o qual é Jesus Cristo (João 14.6).
Mas à parte da mensagem essencial, ou Evangelho, existem as exceções que se encontram no livro sacro. Essas são passagens não tão claras, que por vezes envolvem o conhecimento do contexto sócio-cultural e religioso da época para uma real compreensão. Quando não, são passagens no campo das profecias a serem ainda cumpridas num futuro próximo. Quanto a esta última, não raro poucas passagens merecem tanta atenção quanto Apocalipse 13.16-18, quando o assunto é especulação.
ESPECULAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Os intérpretes que se aventuram a decifrar o número e o nome da besta geralmente procuram se basear em grandes personagens da história mundial para impingir o famigerado título bestial.
As interpretações, como não poderiam deixar de ser, são as mais variadas possíveis assim como os métodos utilizados para decifrar o enigma apocalíptico.
No afã de se conseguir tal intento às vezes, os pressupostos empregados forçam tais intérpretes (até mesmo os mais cautelosos) a sair fora do eixo bíblico, tornando suas interpretações um verdadeiro malabarismo, destituídas de qualquer análise contextual mais lata. Os princípios fundamentais da boa exegese bíblica são deixados de lado em detrimento de interpretações forçadas oriundas de uma mentalidade pré-conceituosa. A história mundial é forçada ao máximo, para não dizer adulterada, a fim de se encaixar em pressupostos doutrinários.
A MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA
Os estudiosos em geral entendem que João estava usando a gematria, um sistema criptográfico (ato de em escrever em cifra ou em código) que consiste em atribuir valores numéricos às letras.
É sabido que o latim, o grego e o hebraico usavam letras em lugar de algarismos. Assim as letras funcionavam como números. Troca-se as letras pelos números e consegue-se chegar ao famigerado 666.
Na época de João este era um método vulgar. Foi descoberto pela arqueologia o nome de moças em valores numéricos. Na cidade de Pompéia sobre um muro aparece uma inscrição: "Phílo hes arithmós phme", (amo aquela cujo número é phme, onde ph=500 + m = 40 + e = 5, total = 545)."Eu amo aquela cujo nome é 545”. Tanto, pagãos como judeus e cristãos usavam o simbolismo numérico. Os “Oráculos Sibilinos” do século II d.C., apontava o valor do nome de Cristo que daria 888. Já os gregos invocavam o deus Júpiter cujo número do nome era 717. Os gnósticos viam no número 365 algo de místico, pois transferidos para o alfabeto grego traduzia a palavra “Abrasaks”. [10]
Por seu turno Clemente e Orígenes jogavam com o significado do número 318 que seria a abreviação do nome de Cristo - IHT. [11]
A BESTA NOS ESCRITOS CRISTÃOS PRIMITIVOS
Parece que o primeiro escritor cristão a tentar decifrar a besta do apocalipse usando este método foi Ireneu em sua obra "Adv. Haer. V, 30,3". Ele sugeriu vários nomes dentre os quais Lateinos (Latino) e Teitan (Titã). A transliteração destes nomes somados dá o valor 666.
Também o nome “Neron Caesar” (César Nero) em grego vertido para o hebraico dá 666:
N V R N R S Q
50 + 6 + 200 + 50 + 200 + 60 + 100 = 666
Em forma latina (tirando-se o “n”) o número varia para 616. Parece que esta era a interpretação mais convincente para os cristãos primitivos. Tanto é que dois pequenos manuscritos do Apocalipse, que hoje já não mais existem, trazia 616 ao invés de 666. [12]
Com a chegada da Reforma protestante, alguns reformadores viam no papa, a figura do anticristo, a besta do Apocalipse. [13] A propósito a palavra Italika Ekklesia daria o número 666. O que faziam muitos pensar que a besta sairia dessa igreja. Lutero chegou a conjecturar “São seiscentos e sessenta e seis anos; é o tempo que já dura o papado secular”. [14] Ainda outros nomes como Signal da Crvx, Latinvs Rex Sacerdos e Ioannes Pavlvs Secvndo também dão 666.
Em seu livro “Guerra e Paz” , Leon Tolstoi especula em torno da idéia de Napoleão ser a besta com o número 666. [15] O teólogo Petrelli aplicou esse número a Joseph Smith. Diocleciano, Lutero, Calvino, Hitler e outros foram igualmente vítimas dos matemáticos do Apocalipse. O último grande nome cogitado para engrossar essa lista foi o senhor Bill Gates, dono da Microsoft, que segundo dizem também daria 666. [16]
O NÚMERO DA BESTA NA VISÃO DAS SEITAS
Como já dissemos, a Bíblia de fato possui alguns pontos obscuros. As seitas aproveitam essa “dificuldade”, usando justamente essas passagens para extrair delas novas revelações, até então desconhecidas para o mundo. As seitas alimentam esta utopia teológica baseadas na suposição de que Deus esteja através delas revelando “mistérios” para os tempos do fim. Isso é sintomático entre esses movimentos. Essa patologia teológica incurável em algumas seitas tem feito especulações absurdas em torno do número 666. Vejamos algumas:
1. Adventistas do Sétimo Dia
“O Papa é a Besta”:
Para os adventistas o Papa é inquestionavelmente o anticristo. Embora não se possa achar nada de concreto nos escritos de Ellen G. White [17] sobre este cálculo, alguns pioneiros adventistas como Uriah Smith, em seu livro “As profecias do Apocalipse”, já trazia o cálculo do número 666 aplicando-o ao papa. [18]
Fazem isso partindo da premissa de que o papa mudou a lei de Deus, principalmente o quarto mandamento, então chegam a conclusão que ele deve ser o anticristo conforme fala Daniel 7.25.
Para confirmar tal fato era preciso forjar uma ligação de seu nome com o número 666.
Como não conseguiram o resultado usando o nome de nenhum papa, inventaram um título latino que supostamente o papa usaria em sua Tiara, o “VICARIUS FILII DEI” (Vigário do Filho de Deus). Daí a famosa sominha que passou a fazer parte da teologia adventista até hoje:
V I C A R I V S F I L I I D E I
5 + 1 + 100+1+5+ 1+50+1+1 + 500+ 1= 666
Acontece, porém, que esta soma enfrenta algumas dificuldades insuperáveis:
A primeira delas é que a soma correta não dá 666, mas 664. Veja o computo correto:
5+1+100+ IV + 1+50+1+1 + 500+ 1= 664 IV é = 4 e não O 5, COMO XL é = 40 e não 60
A segunda questão é que isto não é o “nome de um homem”, mas o título de uma suposta função que aquele líder católico exerce.
Outrossim, temos que levar em consideração que não se pode provar que tal título existia de fato na Tiara papal. E ao que tudo indica, nem mesmo este corresponde ao nome correto do título, o qual seria corretamente chamado de “Vigário de Cristo”.
Outra, o Apocalípse foi escrito em grego e não em latim, conseqüentemente o cálculo deveria ser feito por estas letras. É temeroso acreditar que os os destinatários de João conhecessem o latim já que este era um idioma usado apenas nos territórios do Ocidente Europeu.
Demais disso, pode-se até usando este mesmo cálculo, encaixar a profetisa dos adventistas nele:
E L L E N G O U L D W H I T E
50+50+ 5+50+500 5+5 + 1 = 666 – o número da besta.
Onde “w” é = v,v = 5,5 (tanto é que no nome “Walter” o “W” é lido com som de “V”)
Diante disso, atualmente, muitos teólogos adventistas já não mais associam o número da besta com o título papal. [19]
2. Testemunhas de Jeová
“A Besta é sistema político do mundo”:
Depois de mudarem diversas vezes suas doutrinas a respeito do Apocalipse, as Testemunhas de Jeová chegaram a conclusão no livro “Revelação – seu grande clímax está próximo” [20] que a besta seria apenas o mundo em sua forma organizada politicamente, sendo a ONU a imagem da besta. Dizem: “Assim, como seis é inferior a sete, assim 666 – seis em três estágios – é um nome apropriado para o gigantesco sistema político do mundo.”
É claro que esta interpretação é descabida e vai contra o próprio texto que diz que é o “nome de homem” e não de um sistema político. É um interpretação sem pé nem cabeça!
O que muitos não sabem é que hoje a ONU já não é mais vista como a imagem da besta. Essa mudança ocorreu porque a “Sociedade Torre de Vigia”, tentou se filiar a ONU. É a velha tática da seita de mudar constantemente sua doutrina! [21]
3. “Movimento do Nome Sagrado”
“O nome Jesus é a Besta”
A principal preocupação deste movimento é com o homônimo escrito e oral do nome sagrado: Yahweh para Deus e, Yahshua para Jesus. Desta ênfase deriva o nome deste Movimento, cujos representantes principais aqui no Brasil são conhecidos como “Testemunhas de Yehoshua”.
Como a seita detesta o nome Jesus, resolveram encontrar o equivalente numérico para o nome fatídico da besta em cima do nome do Filho de Deus. Demonstram isso da seguinte maneira:
I E S U S C R I S T V S F I L I I D E I (Jesus Cristo Filho de Deus)
1 + 5 + 100 + 1 + 5 + 1 + 50 + 2 + 500 + 1 = 666
Em primeiro lugar, gostaríamos de lembrar que IESVS CRISTVS FILII DEI é IESVS CRISTVS + FILII DEI. Em segundo lugar, IESVS CRISTVS sozinho equivale a 112. Em terceiro lugar, FILII (genitivo masculino singular) deveria ser FILIVS (nominativo masculino singular). Assim sendo, teríamos:
F I L I V S D E I
1 + 50 + 1 + 5 + 500 + 1 = 558
I E S U S C R I S T V S = 112 + F I L I V S D E I = 558 = 670
670 é diferente de 666
Percebemos, portanto, a necessidade da presença de títulos ou apostos – sem contar com a presença de FILII, ao invés da forma correta FILIVS – para se chegar ao número 666. [22]
Outrossim, o restante da expressão “Filho de Deus” não faz parte do nome, mas é um título.
Outros, no entanto, levados por uma obstinação mórbida, preferem usar apenas o nome “Jesus” e transliterá-lo em caracteres hebraicos, fazendo valer 666.
Esse foi o artifício exposto por outra variante deste movimento conhecidos como "Comunidade Judaica Messianitas":
J não há essa letra em hebraico = -
E não há valor numérico em hebraico = -
S vale 60 – 0 = 6
U vale 6 = 6
S vale 60 – 0 = 6 [23]
Não é necessário ser teólogo para perceber que os erros e as interpretações forçadas neste cálculo estão às escâncaras. Primeiro, porque a soma destes números daria 126 e não 666. Segundo, porque ele faz arbitrariamente 60 valer 6 e depois usa uma palavra portuguesa transformando-a em numerais hebraicos. Isso é simplesmente ridículo!
QUEM É A BESTA AFINAL?
Há comentaristas que acreditam que a figura de Nero preenche perfeitamente o cumprimento da profecia. [24] Contudo, o Apocalipse é uma revelação para o futuro. O alcance dos eventos descritos ali terão um cumprimento bem mais amplo do que qualquer um já visto na história. Neste caso, acredito que Nero, pode ser visto apenas como mais um tipo do anticristo e não o próprio anticristo.
Por outro lado há os que enxergam neste número apenas um simbolismo da imperfeição humana. O número da besta não é só número de homem, ou seja, do homem terreno em contraste com o divino, mas também significa a imperfeição e rebelião contra Deus. Satanás sempre quis imitar a Deus. Como o número de Deus é sete, o número da perfeição, o inimigo de Deus também terá seu número. Enquanto Deus marca nas testas de seus servos o seu nome, a Besta deixará sua marca naqueles que a servirão. Significando que o anticristo procurará chegar a perfeição, mas sempre ficará aquém dela.
Mas o que essa sabedoria e esse conhecimento permitem que os crentes façam? A passagem diz que podemos "calcular". Calcular o quê? Podemos calcular o número da besta.
O principal propósito de alertar os crentes sobre a marca é permitir que eles saibam que, quando em forma de número, o "nome" da besta será 666. Assim, os crentes que estiverem passando pela Tribulação, quando lhes for sugerido que recebam o número 666 na fronte ou na mão direita, deverão rejeitá-lo, mesmo que isso signifique a morte. Outra conclusão que podemos tirar é que qualquer marca ou dispositivo oferecido antes dessa época não é a marca da besta que deve ser evitada. Todos saberão e aderirão conscientemente a ela, enquanto outros a rejeitarão e sofrerão as conseqüências por isso.[25]
O que o nome e o número da besta significam será conhecido dos santos que estiverem na terra na época em que a besta estiver aqui em pessoa. De uma coisa temos certeza: mingúem na terra atualmente tem sabedoria suficiente para compreender o número da besta. [26]
CONCLUSÃO
Admito que no momento é impossível averiguar a identidade deste diabólico personagem, pelos motivos já expostos.
Quanto às interpretações acima mencionadas é praticamente inútil, tentar abordar, ainda que por alto, todos os aspectos ou analisar-lhes as contradições.
Todos os cálculos que se fez até agora mostraram-se falhos. Isto porque, com um pouco de criatividade, é fácil impingir o número da besta em qualquer um. Se não funciona com letras hebraicas, troca-se por latinas ou gregas. Acrescenta-se e tira-se títulos. Existem vários modos de se obter o número. Principalmente quando usamos líderes mundiais que mormente possuem vários títulos. [27] Mas até mesmo usado num "João da Silva" este número pode se encaixar. Os vários recursos disponíveis tornam as chances bastante altas. É o malabarismo do estica-encolhe exegético afim de forçar o número 666 se encaixar no personagem de sua escolha. O vale tudo em nome do fanatismo!
Isto posto, repudiamos tal irresponsável teologia escatológica especulativa que serve mais para confundir, do que para elucidar a questão.
Notas bibliográficas
[1] Persch, Léo. A Segunda Vinda de Jesus. Campinas: Ed. Raboni, 1995, p. 155.
[2] Malgo, Wim. Terá Chegado o Fim de Todas as Coisas? Porto Alegre – RS: Obra Missionária Chamada da meia-Noite, p. 35.
[3] Para saber mais sobre o uso deste número em nosso século ver “O Controle Total – 666”, Wim Malgo, “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” – Porto Alegre-RS.
A Kia Motors do Brasil é, desde maio de 1992, representante oficial da montadora sul-coreana no país. No site oficial http://www.kia.com.br/empresa.php encontramos a frase: "O sucesso foi tão expressivo que, ainda hoje, dez anos após o seu lançamento, a Besta ainda é sinônimo de van no mercado brasileiro."
[4] Para ver uma defesa do próprio inventor do código de barras George J. Laurer, contra esta neurose religiosa acesse o site na sessão de perguntas e repostas http://www.laurerupc.com/.
Obs: Há alguns anos houve um verdadeiro pandemônio entre Milhares de sacerdotes, monges e fiéis cristãos ortodoxos russos que recusavam-se a aceitar os novos números do cadastro de contribuintes (equivalente ao CPF) dados pelo governo, afirmando que o código de barras no formulário continha a marca da besta.
[5] Revista Adonay, sob o título “A Marca da Besta”. Ano 4 – nº 23 –julho e agosto de 2000, pp. 26-29.
[6] O site http://www.relatorioalfa.com.br/, garante que empresa americana está pronta para marcar 75 mil brasileiros com um micro chip transmissor.
[7] Muitas coisas já foram identificadas com o famigerado 666. Exemplos foram extraídos do código da internet WWW, onde convertem o W em número romano VI=6; VI VI VI = 6 6 6. O sinal da besta seria o computador, na testa (com o monitor) e na mão (com o mouse). Também encontraram o número na frase “Viva, Viva, Viva a Sociedade Alternativa”, da música do ex-roqueiro Raul Seixas, onde transformaram a sílaba VI em algarismo romano V = 6. Então o VIva VIva VIva, virou 6 6 6. “ Marquei um X, um X, um X no seu coração” da cantora Xuxa também se enquadraria na famosa continha. Segundo dizem a letra X pronunciada em português seria XIS, lendo de trás para frente vira SIX que em inglês é 6. Então SIX,SIX,SIX = 666.
[8] Deve-se ter em mente que o original grego não trazia a divisão em capítulos e versículos. A primeira Bíblia que trouxe esta divisão foi a Vulgata em 1555.
[9] Exemplos deste tipo podemos encontrar no Corão muçulmano e no Bhagavad Gita indiano.
[10] Champlin, R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo - vol. 6, São Paulo: Ed. Hagnos, 2002, pp. 560-562.
[11] Ele alegoriza os 318 servos de Abraão (9:8), ao se referir a morte de Cristo na cruz, na base de que a letra grega para 300 tem a forma de cruz e que os numerais gregos para 18 são as duas primeiras letras do nome de Jesus.
[12] Champlin, R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo - vol. 6, São Paulo: Ed. Hagnos, 2002, pp. 560-562.
Obs: Os manuscritos usados por Ireneu são conhecidos como manuscrito C (Codex Ephraemi Rescriptus) do séc. V d.C; e o itz do Séc. VIII d.C. Curiosamente o manuscrito conhecido como itar do séc. IX d.C. trás o nº 646.
[13] Uma defesa ardorosa deste ponto de vista foi feita pelo Dr. Aníbal Pereira dos Reis, em seu livro “O número 666 de Apocalipse 13.18” Ed. Caminho de Damasco.
[14] Citado em “Profetas e Prognósticos – visionários otimistas e pessimistas de Delfos até o Clube de Roma”, Helmut Swoboda, São Paulo: Ed. Melhoramentos, 1980, p.70.
[15] Ibid., p.72.
[16] Outros nomes nesta lista : Constantino, Martinho Lutero, reverendo Pat Robertson, reverendo Moon, Yasser Arafat, Aiatolá Khomeini, Saddan Hussein, Kennedy, Mussolini, Balaão, Ronald Reagan, César, Adonição em hebraico, Calígula, rei Juan Carlos da Espanha, Ismet o pai da Turquia moderna, imperador Frederico II da Alemanha, rei George II da Inglaterra, Nikita Kruschev, Napoleão, Joseph Stalin, Mussolini. Até mesmo o nome Jesus de Nazaré" em hebraico (YRSN VSY) dá 666. Também a própria "besta" em grego (= Thérion) escrita com letras hebraicas (= TRYVN) soma 666.
Para uma defesa de Bill Gates veja o site http://www.dgol.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=1116.
[17] Alguns estudiosos adventistas afirmam que Ellen White atribuiu o nº 666 não a besta, mas a sua imagem. Para mais informações ver o livro "A Word to the Little Flock". Extraído do site www.jovemadventista.com/religiao/666/666
[18] Op. Cit., Casa Publicadora Brasileira, 1991, p. 214.
[19] Para ver mais sobre esta omissão consultar 1) As profecias do fim pág. 316-318 - Autor Hans K. La Rondelle (Professor emérito de Teologia da Univ. de Andrews)- Publicado pela ACES (1999); 2) Apocalipse: suas revelações pág. 413-415 - Autor C. Mervyn Maxwell (diretor do departamento de História Eclesiástica e professor de História da igreja na universidade de Andrews)- Publicado pela ACES (1991)
Curiosamente a lição da Escola Sabatina de 20 a 27/05/2000 que tratava sobre a famosa tríplice mensagem angélica, omitiu que a besta do Apocalipse é o papa. Os termos "falsos sistemas religiosos" e "falsos sistemas de adoração" são utilizados para substituir os costumeiros "Roma" e o "poder papal" tão marcantes no livro "O Grande Conflito".
[20] Op. Cit., 1998, p. 196.
[21] Para mais informações http://www.geocities.com/osarsif/
[22] Revista Defesa da Fé, Edição Especial 2000, p. 278.
[23] Panfleto “666” de autoria de D. Mathyas Pynto, líder de uma facção deste movimento. Cópias dos originais nos arquivos do CACP..
[24] Para uma defesa desta tese ver “Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento”, Rio de Janeiro: Ed. CPAD, 2003, pp. 1891-1893.
[25] Revista "Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2004.
[26] Sr., Lockyer Herbert. Apocalípse: O Drama dos Séculos. Miami, Flórida EUA: Ed. Vida, 1982, pp. 141-142.
[27] Veja este exemplo usando o nome do dono da Microsoft, Bill Gates: Se você usar a chamada linguagem ASCII que consiste em pressionar ALT+66, aparece a letra B, Alt+73=I, Alt +76=L, Alt+76=L, Alt+71=G, Alt+65=A, Alt+84=T, Alt+69=E e por fim Alt+83=S. Somando todos estes números, obtem-se o número 663. Mas como isto não se encaixa, lembraram que ele se chama Bill Gates III (terceiro). Então 663+3=666. Fácil, não? Porém se esqueceram que o nome dele não é Bill, mas William Gates III.
Eis um exemplo típico de quase todos os “caçadores de besta”: preferem ignorar os fatos a abdicar de suas idéias preconcebidas.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Como se faz um santo




Não pense que para galgar o status de santo dentro da igreja católica é tão fácil assim. Não! Para que um fiel possa figurar nos altares das igrejas romanas é preciso percorrer um longo caminho. Esse processo se chama “canonização” e demanda tempo, política e muito dinheiro, conforme veremos.
Canonizar é o ato pelo qual a igreja declara em estado de santidade o já falecido fiel católico. Após esta declaração do papa, ele pode ser objeto de adoração ou, como dizem, de veneração dos fiéis.
Foi Sisto V quem organizou o sistema moderno de canonização, e o confiou à Congregação dos Ritos, órgão da cúria romana.
O primeiro santo canonizado de forma solene foi o bispo de Augsburgo, Ulrich (santo Ulrico), morto em 973 e proclamado santo por João XV, no Concílio de Latrão, em 993.
Mas antes do fiel ser canonizado, ele precisa receber a beatificação, a partir do que já é admitido o culto público à sua pessoa, embora com algumas restrições.
O processo é o seguinte: a etapa inicial de investigação é conduzida pelo bispo local, que nomeia um postulador da causa, espécie de advogado de defesa (para defender as causas dos santos brasileiros aqui no Brasil esse trabalho ficou por conta da freira Célia Cadorin), e um promotor da fé – o famoso "advogado do diabo" – que irá vasculhar a vida do santo, tentando achar algum erro, tanto em questões morais ou doutrinárias. Reunido o material e comprovada a fama de santidade do indicado, os autos são encaminhados a Roma. Cabe ao papa proclamar solenemente o novo "beato". No processo, são exigidas provas da realização de pelo menos dois milagres. Estes milagres apesar do rigor vaticanista às vezes deixa a desejar na sua investigação. A conhecida Madre Teresa de Calcutá, beatificada pelo papa João Paulo II, recebeu a beatificação pelo milagre da cura de um câncer no estômago efetuado em uma mulher indiana. O problema é que o médico que tratava da doente disse que ela não tinha tumor algum, mas sim, tuberculose, tratada com medicamentos (Época, 27/10/03). Não podemos esquecer também que muitos ditos “santos”, foram assassinos, tais como José de Anchieta e Inácio de Loyola, hereges como Afonso de Ligório e outros até nunca existiram como acreditam muitos.
Além disso, são gastos milhares de dólares durante todo o processo. Por exemplo, a canonização de Madre Paulina chegou a consumir cerca de 100 mil dólares (Veja, 06/03/2002).
O Lobby organizado pela arquidiocese de São Paulo em prol da beatificação de Frei Galvão custou a bagatela de 95.000 reais. Fora isso, foram 20 viagens ao Vaticano, 7028 relatos de cura, 2702 partos felizes, 332 curas de problemas nos rins, 123 conversões para uma vida de virtudes, e mais 13744 outras graças (Veja, 11/12/1998) Ufa! Como é trabalhoso virar santo!
Entretanto, algo que nos chama a atenção é que estes santos, enquanto vivos não realizavam milagres, mas, depois de mortos, disparam a conceder graças de todos os tipos. Isto não é no mínimo curioso?
Bento XVI com vistas ao maior pais católico do mundo que ainda não tinha um santo nacional, resolveu agora nos últimos anos, investir pesado no país e cumprir uma ambiciosa promessa de seu antecessor que certa vez chegou a declarar que o Brasil precisava de muitos, muitos santos (Isto É, 18/12/91).
E a igreja católica no Brasil se afina no mesmo diapasão tentando criar seu próprio panteão nacional.
Depois de Frei Galvão e madre Paulina, a próxima é a irmã Dulce. A candidata já tem um milagre e o seu processo já está em estudo, há mais ou menos cinco anos, no Vaticano. (Época, 24/03/2004). Também foi reaberto o processo de canonização do padre Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço”. É notório a todos que este controvertido personagem ligado à história do povo nordestino não foi nenhum “santo” quando vivo, mas que agora, pode se transformar em um deles, por causa da insistência dos fiéis.
Finalmente, cumpridas todas as etapas do processo, o papa invoca publicamente a ajuda divina e a canonização é celebrada com toda pompa, na basílica de São Pedro. Posteriormente, é marcado um dia para celebrar a memória do santo.
A imagem é a alma do negócio
Depois de resolvido o caso da beatificação, começa o marketing em cima das imagens dos “santos”. Uma imagem que não apresenta um visual contextualizado com as tendências da época precisa ser modificada para ficar mais atraente à devoção popular. Cada vez que a teologia católica muda, muda também o visual das imagens. Assim como o rosto de Jesus, a imagem de Maria passou por uma grande transformação. Por exemplo, nas pinturas da renascença ou do barroco, Maria é retratada como uma mulher da época, com contornos corporais de mulher, seios fartos amamentando o menino Jesus. Hoje, Maria é mostrada toda coberta e praticamente sem seios. Mais alguns exemplos típicos são as imagens de Madre Paulina e do índio Juan Diego. O retrato da santa mostrava uma jovem muito séria. Já a versão recente e oficial vai mostrar a madre amparando uma criança, de forma a parecer mais maternal e protetora. Por sua vez, o tal índio mexicano, que teve a suposta visão da Virgem de Guadalupe, é retratado com feições espanholas e não de um aborígine.
É digno de nota que o mariano João Paulo II foi o papa que mais canonizou “santos” na história do catolicismo, chegando a 1.790 beatificações e canonizações, durante o seu pontificado. A última novidade de Wojtyla até o momento de sua morte foi canonizar a pediatra italiana Gianna Beretta Molla, a primeira santa casada da história do catolicismo romano (Veja, 26/05/04; Isto É, 26/05/04).
Sem apoio bíblico
Apesar das apaixonadas defesas católicas a respeito da suposta legitimidade bíblica para esta doutrina, ela enfrenta sérias objeções que gostaríamos que o leitor, católico ou não, refletisse desarmado de quaisquer preconceitos.
Primeiramente, a doutrina católica sobre os santos esbarra no bom senso, na lógica e na teologia. Ora, se os santos católicos atendem de fato as orações de seus milhares de devotos, isto implicaria que eles possuem o atributo da onisciência, coisa que é impossível ao ser humano, pois só Deus a possui. Só Deus pode atender várias orações ao mesmo tempo, pois isto é intrínseco à sua divindade. A menos que os católicos não queiram considerar seus santos como semi-deuses como faziam os pagãos, eles precisam negar tal atributo aos seus santos.
Ademais, a doutrina dos santos postula também que tais personagens podem interceder pelas pessoas, mas neste particular também a doutrina católica esbarra na doutrina paulina da mediação exclusiva de Jesus junto a Deus. Só Jesus é nosso intercessor (1Tm 2.5). O próprio processo da mediação desenvolvida pela igreja romana, reflete não uma realidade divina, mas a realidade da própria instituição católica que sempre foi pautada pelo monarquianismo, onde os status e funções sempre estiveram definidos hierarquicamente.
Em face disso tudo, concluímos considerando que muito mais poderia ser dito aqui sobre a questão, o que poderia nos levar a escrever um livro. Todavia, nosso objetivo esteve em mostrar que a doutrina católica dos santos não faz parte do tesouro doutrinário da igreja cristã. O conceito de santidade não pode ser modificado ao nosso bel prazer. Santos são todos aqueles que entregaram suas vidas a Jesus Cristo e agora participam de sua santidade. Não depende da autorização de nenhuma instituição religiosa. Essa doutrina católica é invenção posterior, moldada mais pelo sincretismo religioso com as religiões pagãs e instituições seculares do que fruto de piedosa reflexão cristã.

"A Nossa Senhora da Boa Morte"



"A Nossa Senhora da Boa Morte"
A idolatria é abominável! Mas certas Expressões dessa idolatria católica além de abominável são irracionais e obtusas.
No México temos uma santa altamente venerada, algo similar com a “Nossa Senhora Aparecida” do Brasil, só que a santa é literalmente uma caveira de mulher. Ela é chamada de “Nossa Senhora da Boa Morte”.
Segundo a Enciclopédia Wikpédia* (on-line), em Mexicano, a Santa é exacerbadamente venerada e adorada pelos católicos do México. Parece que a Igreja Católica não aprova a figura ilustrativa da santa adotada pelos mexicanos, mas não o seu culto. O site meta-religion.com traz um artigo que mostra que algumas autoridades são coniventes e até defendem o uso da veneração da “Santa Caveira”.
Veja o texto do site: Los creyentes de la Santa Muerte "pueden tener templos, organizarse libremente como una asociación civil, realizar actos de culto público religioso y propagar sus doctrinas", puntualiza el director de Asuntos Religiosos de la Secretaría de Gobernación, Álvaro Castro.
Ela é cultuada do dia 05 a 13 de Agosto, inclusive no Brasil. Sua invocação é em benefício a saúde, proteção, coisas roubadas, pessoas seqüestradas e perdidas. Enfim, para os mexicanos, a santa com rosto de caveira é muito eficaz!
As estatuas de caveira são vestidas de: branco, negro e roxo para dar boa sorte ao seu seguidor. As oferendas da “Nossa Senhora da Boa Morte” incluem rosas, tequila e velas em sua homenagem.

Refutação Bíblica:
Não é pelo o horror que é a imagem que a Bíblia condena o culto a “Santa Murte”, mas pelo objeto envolvido no culto. Deus não aceita dividir a sua glória com ninguém (Is. 42:8), seja o santo bonitinho ou uma caveira – a idolatria é radicalmente condenável na Bíblia, inclusive em versões católicas. Veja o texto do Salmo 115, versado na tradução católica como Salmo 113:
Quanto a seus ídolos de ouro e prata, são eles simples obras da mão dos homens. Têm boca, mas não falam, olhos e não podem ver, têm ouvidos, mas não ouvem, nariz e não podem cheirar. Têm mãos, mas não apalpam, pés e não podem andar, sua garganta não emite som algum. Semelhantes a eles sejam os que os fabricam e quantos neles põem sua confiança. (Salmos 113:12-16 – versão da Bíblia católica).
Para os católicos e todos os idólatras o último livro da Bíblia traz uma dura advertência: “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira” (Apocalipse 22:15).
Por João Flávio Martinez

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A história do Islã

O estudo das divisões dinásticas e políticas convencionais do Islã permite retratar como os muçulmanos, ao longo de 14 séculos, conquistaram novos povos e construíram uma civilização e religião internacional.
O Islã foi fundado no século VII da era cristã, na Arábia, por Maomé, como uma religião monoteísta que enfatiza a adesão rigorosa a certas práticas religiosas. A religião muçulmana, assentada na escritura sagrada, o Alcorão, converteu-se numa força unificadora de diversos povos, a partir do elemento original árabe. O império que se formou em virtude da expansão muçulmana pelo Oriente e Ocidente não foi apenas árabe, tampouco teve uma tendência religiosa única. Apesar de criadas diversas facções e seitas, o sentimento de coesão do mundo muçulmano não diminuiu. Essa coesão baseou-se no monoteísmo e na prática religiosa, regedora também da vida civil e da justiça, e principal impulsionadora da expansão territorial, da pregação e da guerra santa.
Arábia pré-islâmica. A península arábica, um grande planalto desértico cercado por cadeias de montanhas e coberto de areia, impôs condições geográficas duras às populações árabes pré-islâmicas, que se adaptaram de forma dispersa e variada. A diferença de clima entre o norte e o sul constituiu fator fundamental para determinar as condições de vida. No sul, as monções (ventos sazonais) procedentes do oceano Índico favoreciam a agricultura. Enquanto isso, no norte e no centro da península, as grandes extensões desérticas e as estepes impediam o cultivo, a não ser nos oásis, e impunham a seus habitantes uma vida nômade.
Alguns oásis na região do Hedjaz deram origem a cidades como Yathrib (a Medina islâmica) e Meca, na rota das caravanas entre a Índia e o Ocidente. A grande maioria da população era composta de tribos independentes de beduínos nômades, cada uma das quais sob o comando de um xeque. No povo árabe, distinguiam-se tradicionalmente dois grupos rivais: os árabes do sul, ou iemenitas, descendentes de Abraão por Qahtan e sedentários, e os árabes do norte, nizaritas, descendentes dele por Ismael e nômades. Esses grupos dividiram-se em muitos ramos, mas mantiveram sua rivalidade.
O sul da Arábia conheceu diversas culturas a partir do século IX a.C., quando floresceu o reino de Mineu. O reino de Sabá criou a lenda da proverbial riqueza da Arábia, baseada no comércio de materiais preciosos com a Índia. A região norte, por sua vez, teve um desenvolvimento mais tardio. A sociedade, fundamentalmente tribal e nômade, constituía-se de ricos cameleiros, que viajavam seguindo rotas determinadas, e de pastores de ovelhas pobres. Outros nômades foram-se estabelecendo de forma sedentária e pagavam tributo aos beduínos do deserto para assegurar sua proteção. Esses grupos, entretanto, não estavam organizados em unidades políticas superiores e viviam em constante confronto. As hostilidades só se amenizaram em virtude das tréguas religiosas e de uma espécie de código de honra estabelecido com base na vingança.
Os habitantes das cidades prosperaram economicamente em comparação com os nômades. Meca desenvolveu-se como centro do comércio entre o oceano Índico e o mar Mediterrâneo. Também estabeleceram-se na cidade criadores de gado, e surgiram diversas atividades vinculadas às comunicações e à passagem de caravanas. Nas regiões de fronteira com a Síria, algumas tribos árabes emigraram em direção ao norte, onde organizaram vários estados. Exemplos deles são o dos nabateus, cuja escrita daria origem ao árabe; o dos gassânidas, relacionados com Bizâncio como guardiães da fronteira sírio-palestina; e o reino de Hira, na fronteira mesopotâmica, submetida ao império persa sassânida. Os súditos deste último reino viriam a desempenhar importante papel na conquista árabe. Converteram-se imediatamente ao Islã e, graças a sua boa organização militar, contribuíram para a vitória dos exércitos árabes. Até o fim do século V, tentou-se unificar as tribos da Arábia central. O reino de Kinda, de curta duração, representou um esforço pela união política.
Os árabes da península adotavam uma religião politeísta, com divindades locais ou tribais, em muitos casos de caráter astral, e que para eles viviam em pedras sagradas (abadir). Os habitantes de Meca possuíam também uma deusa da felicidade e outra do céu e, acima delas, Alá (Deus), que no século VII era o Senhor do Templo, ou da Caaba, em Meca. No século IV, Alá deixara de ser o único deus para os seminômades das estepes sírias.
Maomé e o estabelecimento do poder islâmico. Maomé, que de acordo com a tradição nasceu por volta do ano 570, era membro do respeitado clã Hachim, da tribo dos coraixitas. Órfão e sem recursos, foi educado por um tio. Aos 25 anos, casou com a viúva Cadidja, para cujo serviço havia sido contratado. Após a morte de Cadidja, Maomé teve outras 18 esposas e consumou o casamento com nove delas. Segundo a tradição, o profeta, aos quarenta anos, teve uma visão do anjo Gabriel e soube que Alá o tinha escolhido para ser seu enviado e pregar sua palavra. As revelações de Alá a Maomé foram mais tarde reunidas no Alcorão (que significa "recitação"). No princípio, o profeta encontrou obstáculos para a pregação em sua cidade natal, entregue ao paganismo, e foi obrigado a emigrar para Medina: a chamada hégira (emigração, separação) marcou o início da era islâmica, em setembro do ano 622.
Em Medina, Maomé transformou-se em chefe teocrático e substituiu as antigas organizações tribais pela ummah, ou comunidade de crentes, fundamentada no vínculo religioso. Dois anos depois, a vitória na batalha de Badr, entre os habitantes de Meca e Medina, foi para Maomé uma prova de que Alá estava do seu lado. O prestígio de Maomé cresceu e, após uma campanha para expulsão dos judeus de Medina, o profeta se tornou senhor absoluto da cidade. Em 630, entrou em Meca e conseguiu a rendição pacífica dos chefes coraixitas. O apoio dos habitantes de Meca foi definitivo para a consolidação do novo poder. A expansão do Islã iniciou-se com uma primeira campanha militar contra a Síria. Antes de morrer, em 632, Maomé conseguiu impor sua autoridade a grande parte da Arábia.
Primeiros califas. Maomé não deixou herdeiro varão nem estabeleceu regras a respeito de sua sucessão. Tudo isso engendrou uma crise política que se resolveu com a eleição, como primeiro califa, de Abu Bakr, encarregado por Maomé de dirigir a oração. Antes de morrer, Abu designou seu sucessor, Umar, que foi assassinado dez anos mais tarde, em 644. Depois dele, Uthman, da dinastia omíada, ocupou o califado até 656, ano em que foi assassinado. Finalmente, Ali, primo e genro de Maomé, assumiu o poder.Com os quatro primeiros califas, o Islã iniciou sua expansão. Primeiro, conseguiu a pacificação da península arábica e a eliminação dos falsos profetas. O principal objetivo das conquistas muçulmanas eram a pregação e a propagação da fé. Síria, Mesopotâmia, Pérsia, Egito e Cirenaica foram as primeiras regiões conquistadas. Realizaram-se também incursões na Anatólia, nas ilhas do mar Egeu, no norte da África e na Armênia. A conquista árabe não seguiu um plano estratégico de grande alcance; foi antes um movimento natural das tribos árabes acostumadas ao nomadismo -- e agora também levadas pelo desejo de converter os povos à nova fé --, em direção aos territórios habitados por populações agrícolas e sedentárias.
Califado omíada. A dinastia omíada começou em 661, com Moawia I, e terminou em 750. A capital mudou de Medina para Damasco, onde os omíadas criaram uma autêntica realeza árabe ao adotarem o princípio dinástico, pelo qual, antes de morrer, cada califa designava como herdeiro seu filho -- o que rompia a tradição dos primeiros sucessores de Maomé. Os omíadas transformaram a antiga organização tribal em monarquia centralizada. O sistema administrativo e fiscal que instauraram propiciou um grande enriquecimento do império e favoreceu a islamização, pois os súditos não muçulmanos dos territórios anexados tinham que pagar impostos maiores que os convertidos à nova fé. A dinastia omíada impulsionou a arquitetura muçulmana e criou as grandes mesquitas de Damasco, Medina e Jerusalém.
O império muçulmano do primeiro século da hégira era fundamentalmente árabe e estava unido pela revelação corânica. Os omíadas integraram os sírios convertidos e permitiram que participassem da organização estatal. O povo conquistado aprendeu rapidamente o árabe -- que chegou a ser sua língua oficial -- e converteu-se ao Islã (muitos eram cristãos).
Durante os cem anos que durou a dinastia omíada, os califas tiveram que enfrentar inúmeras dificuldades de ordem interna. Além do antagonismo entre a Arábia do norte e a do sul, lutaram contra os caridjitas e contra um partido que agrupava muitos descontentes que pretendiam devolver o centro do poder à Arábia. Mesmo assim, criaram as bases da grande civilização muçulmana. Nesse período, começaram a desenvolver-se as ciências jurídicas e teológicas, que, mais tarde, durante a dinastia abássida, alcançariam seu esplendor máximo.
No que se refere à expansão das fronteiras do Islã, os omíadas conseguiram a maior extensão territorial alcançada pelo império muçulmano. Chegaram à Tripolitânia, conquistaram o Maghreb e dominaram o norte da África entre os anos 697 e 707. Invadiram e conquistaram a península ibérica e chegaram à França, onde foram detidos na batalha de Poitiers por Carlos Martel, em 732. No Oriente, conseguiram dominar Pérsia, Afeganistão, Transoxiana e o Turquestão chinês e penetraram pelo norte da Índia em Sind, Punjab e Ode. O Islã, nessa época, estendia-se das fronteiras da China ao oceano Atlântico. O povo árabe, praticamente desconhecido na antiguidade, havia imposto seu domínio sobre uma enorme extensão geográfica e transmitido aos povos conquistados sua religião e sua língua.
Nas províncias imperiais, os cristãos e judeus eram considerados cidadãos de categoria social inferior em relação aos muçulmanos, mas reconhecidos como crentes e chamados "povos do Livro", noção que abrange todos os povos detentores de uma escritura sagrada. Por extensão, incluíram-se entre eles os zoroastristas da Pérsia. Os súditos não eram obrigados a converter-se ao Islã, mas apenas a submeter-se ao direito penal e civil islâmico. Os conflitos internos que afetaram diretamente o califado omíada deveram-se fundamentalmente ao confronto com as tendências que condenavam o abandono das primeiras tradições do Islã. Nesse contexto, os xiitas organizaram-se como um forte grupo de oposição ao poder omíada, por eles considerado ilegítimo. Os primeiros califas souberam enfrentar esses movimentos.
Em 680, Yazid I sufocou a rebelião de Hussain, filho de Ali, que foi transformado em mártir pelos xiitas. Depois do califa Walid I (705-715), que levou o império a sua expansão máxima, as desavenças se agravaram e o poder da dinastia declinou. Os rebeldes de Khorasan e do Iraque conseguiram vencer a dinastia omíada em agosto de 750, quando foi derrotado o califa Marwan II. Apenas um dos membros do império, Abd al-Rahman I, conseguiu fugir e fundou a dinastia omíada de Córdoba, na Espanha. Abu al-Abbas proclamou-se o novo califa.
Califado abássida. A dinastia abássida mudou a sede do império para o Iraque e situou a capital em Bagdá. Os abássidas, e o importante contingente de persas em que se apoiavam, transformaram-se em restauradores da tradição islâmica, supostamente traída pelos omíadas. Reforçaram o poder teocrático do califa e deram mais pompa ao cerimonial da corte. O êxito da conspiração que havia levado a dinastia ao poder determinou, nos primeiros tempos, uma atitude tolerante quanto à diversidade de elementos étnicos e culturais que sustentava. O califado sofreu grande influência da civilização persa, que adotou o sistema muçulmano em suas estruturas e regras, de modo bastante superficial. Em consonância com a tradição persa, o direito divino do monarca fortaleceu-se e o sistema político islâmico alcançou seu perfil definitivo. O novo califado assumiu o papel de defensor da fé, mais forte e menos questionado, já que não existia uma hierarquia religiosa reconhecida.
A designação do califa assegurava-se, em princípio, pela escolha de um herdeiro entre seus filhos. A época de esplendor correspondeu ao reinado de Harun al-Rashid, no período compreendido entre os anos 750 e 833. Bagdá transformou-se em importante centro cultural, o que representou o desenvolvimento pleno da civilização cortesã e urbana do Islã. As ciências e as letras passaram por extraordinário desenvolvimento, e muitas vezes incorporaram aspectos de outras culturas, como a indiana, a greco-latina e a persa. Também prosperou a atividade econômica, baseada na manufatura de sedas, tapetes, telas bordadas e papel reciclado de tecido (técnica proveniente da China), e nas transações comerciais entre Oriente e Ocidente.
A criação dos vizirados, no período anterior, possibilitara uma certa descentralização do poder imperial concentrado no califa, que passou a contar com emissários e delegados. O testamento de Harun al-Rashid estabeleceu a ordem de sucessão ao trono e abriu caminho à divisão efetiva do império. Após sua morte, em 809, as ambições pessoais fracionaram o Islã em principados mais ou menos autônomos. A luta entre dois dos filhos de Harun al-Rashid levou ao assassinato do califa al-Amin, de linhagem árabe, em 813, e conduziu ao poder al-Mamun, de mãe persa.
Com o reinado de al-Mamun, os árabes desapareceram da cena política. Prevaleceu ainda mais a influência dos persas, e sua cultura impregnou todos os aspectos da vida de Bagdá. Também foi ganhando importância o número de soldados turcos recrutados na Ásia central para o exército islâmico. Esses mercenários tiveram influência ainda maior que a dos árabes, a ponto de modificar o poder político do Islã. Os mercenários turcos da guarda do califa e seu chefe, o "emir dos emires", governaram Bagdá mas permitiram que o califa mantivesse seu prestígio espiritual.A esse avanço do poder turco no império somaram-se as tensões sociais provocadas pelo desequilíbrio resultante do desenvolvimento econômico desigual. As classes baixas, afundadas na miséria, aderiram aos programas extremistas das seitas xiitas, que provocaram diversas revoltas nos dois últimos anos do século IX e nos primeiros do século X. A devastação da Síria e do Iraque por parte dos bandos chamados cármatas e a sublevação de camponeses e artesãos propiciaram a constituição do estado de Bahrein, cujas tropas conseguiram apoderar-se de Bassora e Kufa, e em 930 saquearam Meca.
No século X, apareceram principados independentes e acelerou-se a fragmentação do império abássida. O emirado andaluz, fundado em 756, transformou-se em califado independente em 929. Os reinos do Maghreb tornaram-se praticamente autônomos e, no Oriente, criaram-se diversos estados iranianos no Khorasan. No Egito e na Síria, também se formaram estados independentes. Durante o século X, cada uma das grandes famílias do Islã criou um reino: o califado omíada consolidou-se em Córdoba; os descendentes do califa Ali e de Fátima (filha de Maomé) instalaram-se no Egito; e, em Bagdá, a dinastia abássida manteve-se até 945, quando caiu sob o poder de Ahmad al-Buye, um xiita das montanhas iranianas. Seu sucessor conseguiu apossar-se de um império que compreendia dois terços do Irã e a Mesopotâmia. A dinastia dos buáiidas desapareceu com a chegada dos turcos seldjúcidas em 1055.
Califado omíada de al-Andalus. A Espanha muçulmana era uma província independente desde o estabelecimento do poder abássida. O último omíada, Abd al-Rahman I, fugiu da matança de sua família em Damasco e refugiou-se na península ibérica, de onde, com a ajuda dos berberes e dos árabes da Síria, apoderou-se de Córdoba em 756 e dominou a maior parte do país. Em 929, o emirado foi transformado em califado por Abd al-Rahman III. Durante seu reinado, os povos cristãos do norte sofreram sangrentas derrotas, ao tentarem reconquistar o território.
No fim do século X, os muçulmanos espanhóis lançaram expedições devastadoras sobre Barcelona, Leão, Santiago, Zamora e Coimbra. Ampliou-se o domínio do califado, e Córdoba conheceu enorme esplendor, que se manteria durante o século seguinte. As tradições sírias permaneceram vivas, e a refinada cultura cordobesa rivalizou com a de Bagdá. A destruição do califado de Córdoba foi conseqüência de diversas questões relacionadas com o progressivo enfraquecimento do poder. Em 1031, foi destituído o último califa omíada. A Espanha muçulmana dividiu-se em reinos de taifas (facções). Ao longo dos séculos XI e XII, almorávidas e almôadas, povos do norte da África, vieram em auxílio desses reinos, que sucumbiram progressivamente ante o avanço da reconquista cristã. O último reduto muçulmano foi o reino nazarita de Granada, que caiu em 1492 em poder dos reis católicos, Fernando e Isabel.
Poder seldjúcida. Em meados do século XI, iniciou-se uma mudança decisiva no mundo islâmico: os turcos seldjúcidas, convertidos à ortodoxia muçulmana dos sunitas, reunificaram durante algum tempo o Oriente Médio. Formavam um conjunto de clãs estabelecidos, nos séculos anteriores, ao longo das fronteiras ocidentais da China. Alguns deles permaneceram dentro das fronteiras do império islâmico e, após converterem-se, iniciaram campanhas de penetração em direção ao Ocidente e ao Oriente, contra os gaznévidas, que haviam islamizado a Índia.
Togrul Beg avançou sobre o Irã e a Anatólia para atacar o império bizantino. Penetrou pelo sul no Iraque, cuja capital, Bagdá, ocupou em 1055, e se fez reconhecer como sultão e protetor do califa. Os três grandes sultões seldjúcidas, Togrul Beg, Alp-Arslan e Malik-Xá, ajudados pelo vizir persa Nizam al-Mulk, deram a seu império uma organização política e social que serviria de modelo a todo o oriente islâmico. Além disso, transformaram-se em defensores da ortodoxia muçulmana sunita. Invadiram a Anatólia e estabeleceram-se na Síria e Palestina, até que os cruzados cristãos fundaram principados na região.
O império seldjúcida dividiu-se, com a morte de Malik-Xá, entre seus filhos e irmãos. Os governadores locais tornaram-se independentes e fundaram dinastias locais na Síria, Mesopotâmia, Armênia e Pérsia. Na luta contra os cruzados, destacaram-se sobretudo os aiúbidas do Egito, cujo califa, Saladino, apoderou-se de Jerusalém em 1187.
Império mongol. A invasão das tropas mongóis acabou definitivamente com o califado de Bagdá, aparentemente mantido durante o império seldjúcida. Em meados do século XIII, o império mongol, fundado por Gengis Khan, penetrou em território muçulmano, depois de haver unificado a Mongólia e iniciar a conquista da China. Os mongóis derrubaram os príncipes dos reinos islâmicos: Bagdá caiu em 1257, e Alepo e Damasco, no ano seguinte. O califa e sua família foram assassinados.
Os mongóis toleravam diversas religiões, como o paganismo, o budismo, o cristianismo e o nestorianismo. Isso permitiu-lhes fazer alianças com os cruzados contra o último reduto do Islã no Oriente: os mamelucos do Egito, que, sob o comando de Baibars, haviam dado proteção aos descendentes do califa. Baibars derrotou os mongóis e tornou-se sultão do reino da Síria e do Egito. No fim do século XIV, o império mongol dividiu-se em várias dinastias locais. Mais tarde, foi aniquilado por um turco muçulmano, Tamerlão (Timur Lang), que tentou reconstruir a unidade política da Anatólia e revitalizar o islamismo sunita. Dominou a Índia, a Síria e a Anatólia, mas seus descendentes não conseguiram manter o império, que ficou reduzido à parte oriental do Irã.
Impérios do deserto. Nos séculos XI, XII e início do XIII, o Maghreb esteve sob o domínio de grandes tribos berberes de tendência sunita: os almorávidas, nômades do Saara originários de uma seita guerreira, e os almôadas, sedentários das montanhas. Esses povos se estabeleceram firmemente em boa parte do norte da África ocidental e na península ibérica. Os almorávidas se constituíram a partir das pregações do missionário muçulmano Abdala ibn Yasin, que preconizava extrema disciplina, baseada na oração e na formação religiosa e militar para a guerra santa. Após um período de lutas, sua doutrina ganhou as tribos do oeste do Saara. Os almorávidas consideravam-se defensores da ortodoxia islâmica e chegaram a conquistar o norte da África e Andaluzia (al-Andalus, como era chamada a Espanha muçulmana). O movimento desses grupos forneceu as bases para a criação do reino do Marrocos, com a fundação de Marrakech, em 1072.
Nas montanhas do Atlas, Ibn Tumart iniciou um movimento religioso e, ao agrupar seus partidários contra os almorávidas, organizou a luta armada para conseguir dominar o Maghreb. Sob o comando de Abd al-Mumin, os almôadas apoderaram-se de Marrakech e estenderam seu domínio a toda a região berbere e andaluza. Abd al-Mumin proclamou-se califa -- o que não se atreveram a fazer os almorávidas -- de modo a reconstituir uma comunidade religiosa com grande organização política. O califado desapareceu em meados do século XIII com o surgimento dos reinos de Túnis, Tlemcen e Fez. A derrota imposta pelos cristãos espanhóis sobre os almôadas, na batalha de Las Navas de Tolosa (1212), acelerou o processo interno de desmembramento.No princípio do século XV, os cristãos atravessaram o estreito de Gibraltar.
Os portugueses estabeleceram-se em Marrocos, e o exército do imperador Carlos V chegou a Túnis. Ao mesmo tempo, ocorria uma retirada cristã no Oriente, em virtude da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453, e sua posterior expansão pelos Balcãs.
Império otomano e a origem do mundo islâmico moderno. Seis séculos durou o império otomano, que representou o estado muçulmano mais importante da era moderna. Os otomanos, originários do noroeste de Anatólia, estenderam seu poder até a Europa, dos Balcãs à Síria, Egito e Iraque. A partir do século XVIII, sua decadência começou a se manifestar, apesar de tentativas isoladas de revitalizar o império, cada vez mais debilitado. As regiões européias sob domínio otomano foram se tornando independentes: Grécia, Sérvia, Bulgária etc. O Egito libertou-se também e, sob o comando de Mohamed Ali, reorganizou sua estrutura administrativa em moldes ocidentais; o país obteve a independência com o apoio britânico e conquistou o Sudão. Mesmo assim, a abertura do canal de Suez limitou essa independência, devido ao interesse das potências européias pela atividade comercial naquela região. A França conquistou a Argélia e estabeleceu um protetorado em Túnis. A Itália conquistou a Tripolitânia. As províncias orientais do império otomano desmembraram-se. A Índia, parcialmente islamizada, foi dominada pelo Reino Unido no século XIX, e o Irã sofreu invasões de russos e britânicos.
Após a primeira guerra mundial, os nacionalismos islâmicos se acentuaram. A Turquia passou por profunda transformação, convertendo-se em república laica. O Egito deixou a condição de protetorado britânico em 1922 e, ao longo do século XX, muitos outros estados surgiram no mundo islâmico. A abundância de petróleo em diversos países árabes reforçou o papel da civilização islâmica no mundo, sobretudo a partir da segunda metade do século XX. A descolonização da Síria, Líbano e de várias nações do norte da África, além da oposição dos países árabes à criação do Estado de Israel na Palestina, contribuíram para desenvolver a solidariedade do mundo islâmico. Assim mesmo, a unidade panislâmica encontrou obstáculos na consolidação de nacionalismos locais e na permanência de choques entre xiitas e sunitas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O Natal e os Adventistas




Natal sim, domingo não. Por quê?


Já dizia Palissot: “O fanatismo é para a religião o que a hipocrisia é para a virtude”.
Lançando mão desta premissa iremos analisar os pressupostos que levaram os adventistas a adotarem a festividade do Natal, mas renegar o dia do Senhor – o domingo. Serão justos os critérios usado para aferir ambas as festividades? Isto é o que propomos demonstrar no desenrolar deste artigo.
É sabido de todos que os Adventistas do Sétimo Dia assim como de resto todos os sabatistas gostam de explorar o assim chamado lado “pagão” do Domingo. Em quase todos os seus livros que tratam do assunto trazem afirmações por demais severas com respeito ao primeiro dia da semana. Por exemplo, Ellen G. White - a profetisa do movimento – disse a respeito do domingo: “...foram os passos por que a festividade pagã alcançou posição de honra no mundo cristão” (O Conflito dos Séculos, pág. 573). Outro autor adventista citando uma autoridade em história diz: “Lemos na North British Review, vol. 18, pág. 409, a seguinte declaração: "O dia era o mesmo de seus vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso...” (A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 234.)
“Mas Constantino adorava o sol no dia consagrado ao deus sol: o domingo.” (O Terceiro Milênio, Alejandro Bullón)
Bem, não restam dúvidas de que os adventistas acreditam mesmo que quem adora a Deus no domingo está na verdade adorando a Deus num dia espúrio, pagão. A rejeição ao domingo pelos adventistas parece se firmar em três pressupostos básicos, a saber:
1. Escriturístico: Dizem que não há mandamento para se guardar o domingo na Bíblia.
2. Histórico: dizem que outrora tal dia era venerado pelos pagãos como “dies solis” ou dia do deus Mitra – deus solar. E por isto não devemos guardá-lo, pois traz o estigma do paganismo.
3. Eclesiástico: dizem que a igreja romana mudou o sétimo dia da semana para o primeiro dia a fim de congregar cristãos e pagãos debaixo da mesma bandeira. A conseqüência disso está em que muitos pagãos aceitaram o cristianismo nominalmente.
Quando analisamos as alegações das Testemunhas de Jeová com respeito aos alegados costumes “pagãos” da cristandade, vemos que existe uma estreita semelhança entre os dois grupos, até mesmo nas contradições. As Testemunhas de Jeová não festejam aniversários, ano novo, dia das mães, Natal, não guardam o domingo porque julgam tratar-se de práticas pagãs, mas em contrapartida usam aliança de casamento, apóiam a cremação de corpos práticas estas que elas mesmas dizem ser provindas do paganismo, Os adventistas se afinam pelo mesmo diapasão. Enquanto rejeitam o domingo como pagão, aceitam de braços abertos outros costumes considerados pagãos como por exemplo o símbolo da cruz.
Veja as declarações bombásticas de Ellen White sobre o Natal tiradas do livro “O Lar Adventista”:
O NATAL DE ELLEN WHITE
O Natal Como Dia de Festa
"Aproxima-se o Natal", eis a nota que soa através do mundo, de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Para os jovens, de idade imatura, e mesmo para os de mais idade, é este um período de alegria geral, de grande regozijo. Mas o que é o Natal, que assim exige tão grande atenção?
O dia 25 de dezembro é supostamente o dia do nascimento de Jesus Cristo, e sua observância tem-se tornado costumeira e popular. Entretanto não há certeza de que se esteja guardando o verdadeiro dia do nascimento de nosso Salvador. A História não nos dá certeza absoluta disto. A Bíblia não nos informa a data precisa. Se o Senhor tivesse considerado este conhecimento essencial para a nossa salvação, Ele Se teria pronunciado através de Seus profetas e apóstolos, para que pudéssemos saber tudo a respeito do assunto. Mas o silêncio das Escrituras sobre este ponto dá-nos a evidência de que ele nos foi ocultado por razões as mais sábias.
A adoração da alma deve ser prestada a Jesus como o Filho do infinito Deus. Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.
O Dia não Deve Ser Passado por Alto
Sendo que o dia 25 de dezembro é observado em comemoração do nascimento de Cristo, e sendo que as crianças têm sido instruídas por preceito e exemplo que este foi indubitavelmente um dia de alegria e regozijo, será difícil passar por alto este período sem lhe dar alguma atenção. Ele pode ser utilizado para um bom propósito.
Natal - Ocasião Para Honrar a Deus ( O Lar Adventista, pág. 477-478)
Prestou bem atenção no que ela diz sobre o Natal? Em suma ela crê que:
1. Não existe base bíblica para comemorá-lo;
2. Sua observância é popular e não bíblica;
3. Não há base histórica;
4. Mesmo assim (não tendo base bíblica ou histórica) o dia NÃO DEVE ser passado por alto, mas é uma ocasião para honrar a Deus.
O QUE ELLEN WHITE NÃO DISSE SOBRE O NATAL!
É claro que a srª. White não disse toda a verdade sobre o Natal, caso contrário teria de abandoná-lo, ainda mais se usar o mesmo critério que usou a respeito do domingo. Será que Ellen White como escritora e pesquisadora de história sabia da origem do Natal? É pouco provável que fosse ignorante no assunto, já que seus apologistas consideram-na como grande historiadora chegando a afirmar que ““Tudo quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e profeticamente exato.” (Subtileza do Erro, pág. 35).
Não querendo entrar no mérito da originalidade de seus escritos (mesmo por que não faz parte do escopo deste artigo falar sobre seus plágios), Ellen White havia lido vários livros de historiadores que mostravam este lado "pagão" do Natal. Por isso insistimos em dizer: ela não era ignorante quanto a este pormenor.
Tanto é assim, que sua própria igreja anos depois, viria fazer a seguinte declaração a respeito do Natal:
“Como instituição religiosa, o Natal não tem fundamento na Bíblia, e sim no paganismo. Nem Jesus Cristo nem os apóstolos instituíram o Natal. Como costume, ele veio do paganismo, e foi introduzido na Igreja Católica por volta do século IV, baseando-se, portanto, na autoridade dessa igreja e não da Palavra de Deus”.(Revista Adventista, dezembro de 1984 - pag. 14)
QUAL A POSIÇÃO DOS ADVENTISTAS?
Mas os adventistas se importam com isso? Tudo aponta para o fato de que os adventistas, conquanto abominam o domingo como pagão, por outro lado, aceitam sem nenhuma contestação o Natal. Após a explanação acima, ficaríamos na expectativa de os adventistas rejeitarem o Natal como fazem com o domingo, mas qual não foi a surpresa ao lermos a explicação bem embrulhada dada em seguida:
“Em face dos esclarecimentos, revelações, desmistificações, ou fatos e verdades precedentes, alguns poderiam julgar oportuna a pergunta: Como Igreja Adventista do Sétimo Dia, temos razões ou justificativas para comemorar o natal, sendo esta uma festividade de fundo pagão e que honra a autoridade de Roma? Não seria melhor se abolíssemos de nosso meio as programações natalinas? Tendo em mente o verdadeiro significado do Natal, penso que como igreja fazemos bem em observá-lo. Afinal, o nascimento de Jesus não foi um fato, uma realidade?” (ibdem)
Como poderiam ser contra? Certa vez eles até chegaram a ganhar um presente de natal, veja:
“Após duas semanas de orações especiais em favor do Pastor White, os crentes de Rochester passaram o dia 25 de dezembro, o Natal de 1865, em jejum e oração pelo retorno de sua saúde. Deus respondeu concedendo-lhes (e ao mundo) um impressionante presente de Natal." (História do Adventismo, pag. 224)
O entusiasmo pela festa natalina era tanto que Ellen White chegou a incentivar o comércio de livros adventistas por ocasião da festividade (O Lar Adventista pág. 479).
O QUE OUTRAS FONTES DISSERAM SOBRE O ASSUNTO
1. Enciclopédia Secular:
“Os cristãos substituíram a antiga festa romana do solstício de inverno pela do Natal, A piedade popular, movida pela ternura dos motivos da infância, enfatizou essa festividade. Uma de suas manifestações mais típicas são as canções ao Menino Jesus, acompanhadas por instrumentos tradicionais.
A festa do Natal foi instituída oficialmente pelo bispo romano Libério no ano 354. Na verdade, a data de 25 de dezembro não se deve a um estrito aniversário cronológico, mas sim à substituição, com motivos cristãos, das antigas festas pagãs. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como sol de justiça (Malaquias 4:2) e luz do mundo (João 8:12), e as primeiras celebrações da festa na colina vaticana -- onde os pagãos tributavam homenagem às divindades do Oriente -- expressam o sincretismo da festividade, de acordo com as medidas de assimilação religiosa adotadas por Constantino.
A razão provável da adoção do dia 25 de dezembro é que os primeiros cristãos desejaram que a data coincidisse com a festa pagã dos romanos dedicada "ao nascimento do sol inconquistado", que comemorava o solstício do inverno. No mundo romano, a Saturnália, comemorada em 17 de dezembro, era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus iraniano Mitra, o Sol da Virtude. (©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda)
2. Enciclopédia Católica:
"A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito... os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na festa do Natal". (Enciclopédia Católica, edição de 1911)
3. Enciclopédia Protestante:
"Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve origem na pagã Brumália (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17 a 24 de dezembro) e comemorava o nascimento do deus sol, no dia mais curto do ano. As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.”( The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge - A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog)
Você achou tudo isso chocante? O pior ainda está por vir...Ellen White vai mais longe, incentivando até mesmo a ter árvores de natal dentro das igrejas!
"DEVEMOS ARMAR UMA ÁRVORE DE NATAL?"
"Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto. Têm chegado a nós cartas com a interrogação: Devemos ter árvores de Natal? Não seria isto acompanhar o mundo? Respondemos: Podeis fazê-lo à semelhança do mundo, se tiverdes disposição para isto, ou podeis fazê-lo muito diferente. Não há particular pecado em selecionar um fragrante pinheiro e pô-lo em nossas igrejas, mas o pecado está no motivo que induz à ação e no uso que é feito dos presentes postos na árvore.
A árvore pode ser tão alta e seus ramos tão vastos quanto o requeiram a ocasião; mas os seus galhos estejam carregados com o fruto de ouro e prata de vossa beneficência, e apresentai isto a Deus como vosso presente de Natal. Sejam vossas doações santificadas pela oração. Review and Herald, 11 de dezembro de 1879.
“AS FESTIVIDADES DE NATAL E ANO NOVO PODEM E DEVEM SER CELEBRADAS EM FAVOR DOS NECESSITADOS.” Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar. Manuscrito 13, 1896.
Árvore de Natal com Ofertas Missionárias não é Pecado
Não devem os pais adotar a posição de que uma árvore de Natal posta na igreja para alegrar os alunos da Escola Sabatina seja pecado, pois pode ela ser uma grande bênção. Ponde-lhes diante do espírito objetos benevolentes. Em nenhum caso o mero divertimento deve ser o objetivo dessas reuniões. Conquanto possa haver alguns que transformarão essas reuniões em ocasiões de descuidada leviandade, e cujo espírito não recebeu as impressões divinas, outros espíritos e caracteres há para quem essas reuniões serão altamente
benéficas. Estou plenamente convicta de que inocentes substitutos podem ser providos para muitas reuniões que desmoralizam. Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.
Providenciar Recreação Inocente Para o Dia
Não vos levantaríeis, meus irmãos e irmãos cristãos, cingindo-vos a vós mesmos para o dever no temor do Senhor, procurando arranjar este assunto de tal maneira que não seja árido e desinteressante, mas repleto de inocente prazer que leve o sinete do Céu? Eu sei que a classe pobre responderá a estas sugestões. Os mais ricos também devem mostrar interesse e apresentar seus donativos e ofertas proporcionalmente aos meios que Deus lhes confiou. Que se registrem nos livros do Céu um Natal como jamais houve em virtude dos donativos que forem dados para o sustento da obra de Deus e o reerguimento do Seu Reino. Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.” (ibdem, pág. 483) (destaque nosso)
QUAL É A VERDADE SOBRE A ÁRVORE DE NATAL?
Ora, a senhora White deveria saber que segundo o conhecimento popular a árvore de Natal está “carregada de símbolos pagãos”.
Diz certa obra: “Muito antes de existir o Natal, os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas no dia mais curto do ano em dezembro como um símbolo de triunfo da vida sobre a morte. Já o costume de ornamentar a árvore pode ter surgido do hábito que os druidas tinham de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para as festividades deste mesmo dia do ano. A primeira referência a uma "Árvore de Natal" é do século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam árvores com papel colorido, frutas e doces. Esta tradição se espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos pelos colonizadores alemães. Logo, a árvore de Natal passou ser popular em todo mundo. O autor do livro "Babilônia: a Religião dos Mistérios", afirma: "A árvore de Natal, como a conhecemos, só data de alguns poucos séculos, embora a idéia a respeito de árvores sagradas seja muito antiga".Woodrow cita uma antiga fábula babilônica onde se diz que um pinheiro nasceu de um velho tronco morto, sendo que esse velho tronco representava Ninrode, que havia morrido, e o novo pinheiro que acabara de nascer era o mesmo Ninrode que estava vindo novamente a habitar em Tamuz. Ralph ainda diz que entre os Druidas, antigos sacerdotes, o carvalho era sagrado; entre os egípcios, sagrada era a palmeira; e em Roma, o abeto, uma planta ornamental, que era decorada com cerejas negras durante a Saturnália, uma festa em devoção ao deus Saturno. Woodrow, na mesma obra, também cita Odin, um deus escandinavo que, segundo crenças, dava presentes especiais na época do Natal àqueles que se aproximavam de seu abeto sagrado.”
Veja que tudo que se pode afirmar sobre o domingo, pode também, da mesma maneira, dizer
sobre a Natal e principalmente sobre as árvores de Natal! Eis como a crença adventista a respeito disto se mostra incoerente:
DOMINGO
-> Dia pagão
-> Relacionado a deuses pagãos
-> Cristianizado por Roma
-> Nasceu na devoção popular
-> NÃO PODE ser observado
NATAL
-> Dia pagão
-> Relacionado a deuses pagãos
-> Cristianizado por Roma
-> Nasceu na devoção popular
-> PODE ser observado
ARVORE DE NATAL
-> Objeto pagão
-> Relacionado a deuses pagãos
-> Cristianizado por Roma
-> Nasceu na devoção popular
-> PODE ser observado
Os adventistas vão continuar obedecendo a sua profetisa na prática de um suposto costume “pagão” ou vão deixar o “espírito de profecia” na mão desta vez?
UM ARTIGO QUE ABALOU OS ADVENTISTAS
Por trazer verdades ainda não totalmente reveladas no meio adventista o artigo em tela causou um impacto tremendo em muitos leitores adventistas. Certo site adventista de esquerda (http://www.adventistas.com/) confrontando as implicações que essas revelações perturbadoras tem para a autoridade profética de Ellen White, expôs o problema da seguinte maneira:
“A publicação do texto Evangélicos Questionam Adventistas: Por Que Natal SIM, Domingo NÃO? deixou alguns de nossos leitores preocupados e até foi-nos solicitado que explicássemos melhor nossa posição quanto ao assunto a fim de evitar que alguns fossem prejudicados em sua fé pela "revelação" de que a irmã White era ser humano como qualquer um de nós, sujeita a erros por falta de informação ou pesquisa e mesmo raciocínio equivocado.”
Veja a declaração de certo adventista:
“Acredito ser importante termos a preocupação com aqueles que já leram e ainda vão ler o artigo "VERGONHA! Evangélicos Questionam Adventistas: Por que Natal Sim, Domingo Não?"
Embora, você já tenha publicado o artigo "Recomenda a Sra. White que Comemoremos o Natal?", penso ser muito importante alguém ou senhor mesmo produzir um texto com citações e exemplos de outros profetas que cometeram quem sabe erros parecidos como este da Sra. White. Não me lembro de nenhum.
Digo isto porque foi forte o artigo "VERGONHA..." e pode abalar as estruturas de algum recém nascido espiritual, que ainda não se alimenta solidamente.
Eu mesmo fiquei um tanto quanto angustiado, pelo fato de nem a irmã White não ter percebido a tamanha semelhança da prática pagã da guarda do domingo com a das comemorações, também pagãs, natalinas e as tremendas contradições que se instalam a partir desta falha.”
Mesmo assim, muitos tentaram dar uma aparente solução no caso alegando as seguintes razões:
1. Quanto à Sra. White, confirmam-se mais uma vez suas palavras em relação possibilidade de erro e da necessidade de termos unicamente a Bíblia como nossa única e infalível regra de fé. Nenhum profeta recebe toda a luz disponível sobre todos e quaisquer pontos doutrinários existentes e a inspiração não é contínua, mas ocasional, o que equivale a dizer que nem todas as palavras ditas ou escritas por um profeta sejam inspiradas. Um incidente bíblico que esclarece esse ponto é o caso do profeta Natã e o rei Davi, quando o primeiro garantiu ao segundo que este construiria o templo para Deus. (I Crônicas 17:1-5)
Resposta: O articulista fala em “possibilidade de erro”, mas tal possibilidade fica excluída pelo julgamento que ela mesma e seus adeptos faziam e fazem ainda de seus escritos. Observe essas declarações logo abaixo:
“Disse o meu anjo assistente. ‘Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O destino das almas depende da maneira em que forem elas recebidas.’” (Primeiros Escritos, p. 258) (o grifo é nosso)
E mais: “Negamos que: A qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas.” (Revista Adventista, fev. 1984, p. 37)
Diante do exposto acima fica difícil concordar com a argumentação dada em certo site:
"Sabemos que a própria Sra. White recomendou certa vez esta prática para atrair a atenção dos pequenos. Sabemos também, por voz da própria Sra. White que colocássemos seus escritos à luz das escrituras. Compreendemos que, semelhante à Lutero, nem toda a luz possa ter sido transmitida a ela, mas no devido tempo toda a luz seria mostrada para confirmação da fé daqueles que foram chamados para serem santos". (dados colhidos em http://www.jovemadventista.com/arquivo/natal_pagao.htm)
A verdade é que ela cria piamente na inspiração total de seus escritos. Demais disso, é irrelevante argumentar sobre ela não ter recebido “toda a revelação doutrinária”. Ninguém precisaria de “revelação”, para saber estes fatos. A verdade é que o deus que inspirava Ellen White foi um tanto parcial nesta questão, pois lhe revelou pela história que o domingo era pagão, mas deixou de lhe revelar as verdades acerca do natal, que diga-se de passagem, não carecia de tanta “revelação” assim, bastava ler os livros históricos à sua disposição, livros estes que ela estava cansada de folhear com o intuito de sempre conseguir argumentos para denegrir a imagem do domingo.
E pasmem! Os adventistas para salvar sua profetisa do vexame se voltam contra a própria Bíblia sagrada, procurando supostos erros nos escritos dos profetas. Essa não é a primeira vez que eles usam este artifício, a primeira vez foi quanto ao “grande desapontamento”. Alegaram na época em que a profecia de 1843-44 falhou que os discípulos também haviam tido expectativas erradas quanto a volta de Jesus, sendo assim reprovados juntamente com seus colegas de profetadas - as Testemunhas de Jeová. Observe agora a incrível semelhança entre ambas as seitas para tentar tapar seus deslizes escatológicos:
Dizem as Testemunhas de Jeová: “As Testemunhas de Jeová tem estado ansiosas de saber quando virá o dia de Jeová. Na sua ansiedade, às vezes fizeram tentativas de calcular quando viria. Mas por fazerem isso, assim como fizeram os primeiros discípulos de Jesus, deixaram de acatar as palavras de cautela do Amo, de que ‘não sabemos quando é o tempo designado’.” (A Sentinela, 01/09/1997, pág. 22)
Agora compare com essa declaração de Ellen White para justificar o fiasco de 1844:
"Todavia, êste desapontamento ( de 1844) não foi tão grande como o que experimentaram os discípulos por ocasião do primeiro advento de Cristo." (O Grande Conflito, pág. 403)
Conhecendo a origem catastrófica das duas seitas não é exagero dizer que, qualquer semelhança não é mera coincidência!
Mas nem mesmo lançando mão de artifícios cavilosos como esses o articulista conseguiu provar suas alegações, por que o incidente bíblico em que se baseou o articulista para justificar sua profetisa, foi vergonhosamente deturpado. Em nenhuma versão encontraremos o profeta Natã profetizando para Davi construir uma casa a Deus; muito pelo contrário, ele disse que Davi não construiria nenhuma casa para Deus:
“Vá e diga ao meu servo Davi que eu mandei dizer o seguinte: “Você não é a pessoa que vai construir o templo em que eu vou morar.” (NTLH) (ênfase acrescentada)
Outro porém, busca dar a seguinte explicação:
2. PORQUE NATAL SIM E DOMINGO NÃO? A resposta é simples: Porque o Domingo vai diametralmente contra a lei de Deus e o Natal não! Nós não guardamos o domingo não por causa de sua origem no paganismo e, sim, porque fere o decálogo. Esta é a diferença fundamental e a que realmente pesa quando comparamos o Domingo com o Natal ou qualquer outro costume de nossa sociedade com origem no paganismo ou sem origem conhecida.
Resposta: Esta resposta é tão simplória e inexpressiva que o próprio articulista do website tratou de desmontá-la.Veja:
“A ordem "Lembra-te do dia do sábado para o santificar" não proíbe explicitamente que se guarde o domingo também além do sábado, assim como não proíbe também que se comemore o Natal. Aliás, Ellen G. White também sugeriu que ao ser promulgada a lei dominical deveríamos nos abster de atividades seculares no primeiro dia da semana e aproveitar esse dia para o trabalho missionário.”
E prossegue dizendo: “Mas as coisas começam a se complicar, quando se lê a seqüência do quarto mandamento: ‘Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus.’ Perceba que o mandamento ordena também que trabalhemos durante os seis dias que antecedem ao sábado. Assim, reforça-se a compreensão de que a raça humana recebeu apenas um dia de descanso por semana e esse dia é o sétimo. É errado guardar a sexta-feira à tarde, o domingo ou a segunda-feira, como fazem pastores e obreiros da Organização Adventista.”
“Ora, se a observância do domingo como dia santificado equivalerá à transgressão aberta do quarto mandamento, rebeldia contra Deus e obediência ao poder da besta que procurou mudar os tempos e a lei (Daniel 7:25), porque em lugar de sábado se diz domingo, também é submissão ao decálogo romano comemorar o Natal, que é a principal festa católica hoje.”
“O pior é que existem várias outras festas de origem católica às quais comemoramos deixando de trabalhar, suspendendo aulas, fechando nossas lojas ou mesmo com programações especiais na igreja (ramos, sexta-feira santa, páscoa, dia das mães. dos pais, etc). Em todos esses feriados, babilônia e os comerciantes de todo o mundo são parceiros. Apocalipse 18:11.”
E conclui dizendo: “...A santificação do domingo e a comemoração do Natal representam idêntica submissão e obediência ao decálogo romano.”
O CRISTÃO PODE COMEMORAR O NATAL?
Diante do explorado até aqui perguntamos: é lícito o crente comemorar o natal? Tudo indica que sim! Apesar de algumas práticas ditas “natalinas”, não fazerem parte da festividade original, tais como: papai Noel, árvores de natal, consumismo comercial e outras, o espírito que o crente tem de ter para com a comemoração do nascimento de Jesus Cristo é muito importante. Destituído de todas essas inovações este dia nos leva a refletir melhor na vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Foi nesse dia que a maior e mais esplendida mensagem jamais pregada por um anjo ressoou de forma melodiosa para a alegria e salvação de todo o mundo. Ei-la:
“...Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2.10-11)
CONCLUSÃO
Isto posto, nosso objetivo foi alcançado, qual seja, mostrar a incoerência e em muitos casos até mesmo hipocrisia que incorrem os adventistas do sétimo dia quando exaltam o natal em detrimento do domingo. Para serem honestos deveriam chegar às mesmas conclusões para ambas as festividades, morte e ressurreição, já que usaram o mesmo critério na avaliação da origem. Como vimos, muitos adventistas já estão dando conta da seriedade do problema e se debandando para o lado extremista das Testemunhas de Jeová. Sejamos coerentes: ou domingo, Natal e árvores; ou nem domingo nem Natal e nem árvores!
Veja que a IASD está usando dois pesos e duas medidas, assim como fazem as Testemunhas de Jeová...
Natal sim, domingo não. Por que afinal? PENSE NISSO...