sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A nova ordem mundial e o livro de Daniel




CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Impulsionado pelo fato da grande parte da ciência desconsiderar os relatos e revelações da Bíblia Sagrada, observou-se a necessidade de ser realizada uma estudo que vise a demonstrar a importância de se discutir este Livro no âmbito da ciência, não apenas como um mero documento histórico, mas sim porque os escritos deste Livro são coesos com o atual contexto mundial.
Nesta perspectiva, passa-se a tecer comentários acerca do contexto da nova Ordem Mundial e a Bíblia, aqui selecionado o livro do Profeta Daniel escrito a milhares de anos atrás.
A NOVA ORDEM MUNDIAL E O LIVRO DE DANIEL
Até o final da década de 80 o mundo estava dividido em dois grandes modelos econômicos, o socialismo e o capitalismo. A presença destes modelos culminou no que se convencionou chamar de guerra fria. As disputas, em que pese nunca tivesse ocorrido um confronto direto entre E.U.A. e U.R.S.S., as duas grandes potências, foram acirradas, porquanto era ideal de cada modelo a consolidação no âmbito mundial, adotando os paises, estratégias para tanto. Deveras, os Estados capitalistas optaram por um desenvolvimento acelerado, interdependente e juridicizado do comércio mundial. A estratégia ganhou êxito e obrigou aos Estados a adequarem suas estruturas para poderem sobreviver no mercado mundial. Brotando, portanto, uma nova ordem econômica mundial.
Com efeito, o Estado que não contemplava os novos padrões exigidos, era excluído do sistema econômico, originando graves conseqüências para sua população, é o que ocorreu com muitos países, entre eles a Costa Rica e Cuba.
Os países então, ficaram em uma delicada situação. Ora, se o Estado não se adequasse, estaria excluído, todavia, se o fizesse, abriria o mercado nacional ao mundo, ocorreria a interdependência econômica e, acabaria cedendo parcela de sua soberania.
Destarte, sendo inevitável a exposição das empresas nacionais à concorrência mundial, surge, pois, como mecanismos de controle dos problemas oriundos da globalização, os processos de integração econômica dos mercados nacionais no âmbito regional, fortalecendo o mercado nacional no cenário global. Nesta perspectiva, surgem, influenciadas por esta tendência, ou melhor, esta necessidade, a figura dos mega-blocos regionais.
Esta união regional entre países, sugere uma nova concepção de Estado. Com efeito, observa-se que, com o desenvolvimento dos blocos econômicos, surgem novos modelos de integração regional, falando-se já em União Política entre os Estados membros de um bloco, o que pressupõe transferência da soberania de um Estado para um ente hierarquicamente superior. Feitas estas considerações, insta salientar comentários sobre o livro de Daniel.
Os textos de Daniel são escritos escatológicos, isto é, trata de assunto relacionado ao fim dos tempos. Este Livro está presente na Bíblia, a base do cristianismo e foi escrito por Daniel, um profeta de Deus, que interpretou o sonho do rei Nabucodonosor referente aos acontecimentos que estavam por vim e outros que ocorreriam no final dos tempos.
Dentre outras, o livro de Daniel apresenta duas grande revelações de Deus para com o mundo. A primeira refere-se ao sonho que o rei Nabucodonosor teve e que, depois de muitas tentativas frustradas pelos magos, astrólogos, encantadores e caldeus, foi dada a oportunidade a Daniel interpretar.
O profeta, em nome de Deus, apresentou sua análise hermenêutica do sonho de Nabucodonosor. Este, humilhando-se, reconheceu a grandeza e o poder de Deus.
Este sonho trazia a figura de uma estátua, em forma de corpo humano revestido dos mais diversos materiais e que, representaria as grandes políticas do mundo, vale dizer: governos que se foram e que estão por vir, líderes, ideologias, etc. A segunda revelação, mais precisa, está presente em Daniel capítulo 7. Nesta passagem, Daniel tem visões noturnas concernentes às revelações do Senhor.
Ambas as revelações se apresentam demasiadamente complexas. Motivo pelo qual comenta-se acerca da segunda revelação, pois mais precisa, além de que vem a ser uma confirmação da segunda revelação. Nesta perspectiva, trazemos à baila a aludida passagem:
[...] Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, numa visão noturna, [...] E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão. [...] e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, [...] e eis aqui outro, semelhante a um leopardo. [...] e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, [...]; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. [...] e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas. [...] Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, sim, para todo o sempre. Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal [...] e também a respeito dos dez chifres [...] até que veio o ancião de dias, [...] Assim me disse ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim. O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo (Daniel, 7:2 e seguintes).
Analisando esta passagem profética, reporta-se ao atual contexto sócio-econômico-político mundial. De fato, muitos estudiosos, tais como Severino Pedro Silva, N. Lawrence Olson, João Flávio, Paulo Cristiano, Antonio Gilberto, João de Oliveira, entre outros ao interpretarem o livro em exame, extraem conclusões que sugerem os atuais e possíveis acontecimentos no âmbito mundial.
Assim, para alguns destes estudiosos, o quarto animal seria a globalização e seus dez chifres os blocos econômicos, tais como: NAFTA, E.U., MERCOSUL, Pacto Andino, ALCA, ALADI, CER, SADEC, SACU e Mercado Oriental. Destes blocos, emergirá um mais poderoso que reinará sob os demais, sugere-se a União Européia, o mais complexo e organizado bloco.
Outros autores, colocam que os três animais seriam antigos impérios: o Babilônico, Império Medo-Persa e Império Greco-Macedônico. O quarto animal seria um novo Império Romano, presente na Comunidade Européia, o qual teria a presença de 10 grandes líderes, sendo que destes, três serão derrubados por um líder mais forte e influente no mundo. Vale lembrar que a constituição da C.E.E. se deu com o tratado de Roma em 1957.
Outra interpretação que é dada à visão de Daniel é que, os quatros animais seriam grandes governos que hão de se estabelecer no mundo. Deveras, a União Européia caminha para uma possível União Política, vale dizer, um grande governo, dando novos conceitos à concepção de Estado. O MERCOSUL deseja se tornar um Mercado Comum, mas a mesma necessidade que fez com que os Estados unissem sua economia fará com que este bloco não estacione em apenas um Mercado Comum. Ademais, para garantir as características de um Mercado comum (livre circulação de bens, capital, serviços, etc) é mister organizar-se como fez a Comunidade Européia. Desta forma, poderia o MERCOSUL também ser um grande governo no mundo, que contará também com a presença de grandes Países como E.U.A, que por si só, representa um grande governo e, também outros blocos poderosos como a ALCA.
Quanto aos dez chifres, seriam estes, dez Estados pertencentes a um bloco, quiçá, os dez que tomarão a frente da União Política da Europa. Destes Estados, destacar-se-á um mais poderoso, que tendo o controle dos demais Estados, e estes do resto do mundo, governará o planeta como um grande imperador. Isto até a segunda vinda de Jesus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É bem verdade que, devido à gama de estudiosos, encontramos algumas distinções entre a análise hermenêutica do referido texto, mas todas, como pode se observar, são coerentes com a nova ordem mundial.
Através deste breve estudo, observou-se também, que a Bíblia não se trata de uma mera obra clássica, mas sim um Livro que traz grandes considerações para se entender o porquê dos acontecimentos mundiais. Não é a toa que todos os Cristãos a refere como a Palavra viva de Deus.